Mesmo com efeito Americanas, lucro do Banco do Brasil (BBAS3) supera previsões no 4º tri

O banco controlado pelo governo federal anunciou que seu lucro recorrente somou R$ 9,44 bilhões.

Fachada da sede do Banco do Brasil, em Brasília (DF). Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Fachada da sede do Banco do Brasil, em Brasília (DF). Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Banco do Brasil (BBAS3) teve lucro acima da previsão de analistas no quarto trimestre, mesmo com maiores provisões para perdas com a Americanas.

O banco controlado pelo governo federal anunciou nesta quinta-feira (8) que seu lucro recorrente, que exclui efeitos extraordinários, somou R$ 9,44 bilhões entre outubro e dezembro.

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O número representa um aumento de 4,8% ante mesma etapa de 2022.

A previsão média de analistas consultados pela Inteligência Financeira era de R$ 9,16 bilhões.

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Considerando efeitos extraordinários, porém, o lucro somou R$ 8,86 bilhões, aumento de 3%.

Banco do Brasil (BBAS3): efeito Americanas

A diferença entre os dois números é porque o Banco do Brasil (BBAS3) fez no trimestre uma provisão extra para perdas esperadas com calotes de uma grande empresa.

O banco não mencionou o nome da empresa, apenas que trata-se de uma companhia que pediu recuperação judicial em janeiro de 2023.

A empresa em questão é a Americanas (AMER3).

Na época, o Banco do Brasil (BBAS3) decidiu não fazer uma provisão total para as perdas com o caso, mas complementou a provisão posteriormente.

Com isso, a chamada provisão total do BB para perdas esperadas com calotes no quarto trimestre deu um salto de 52,3%, a R$ 9,98 bilhões.

Além disso, a qualidade da carteira total de empréstimos do banco teve leve piora, com o índice de inadimplência acima de 90 dias chegando a 2,9%.

Esse índice tinha sido de 2,8% no fim de setembro e de 2,5% no final de 2022.

Crédito e margens

Contudo, o Banco do Brasil (BBAS3) mais uma vez mostrou forte aumento dos empréstimos, com a carteira total de crédito subindo 10,3% em 12 meses, para R$ 1,1 trilhão.

O destaque foi de novo o agronegócio, com um salto de 14,7%.

Como consequência da expansão dos financiamentos, a margem financeira líquida da companhia evoluiu 5,8%, para R$ 15,8 bilhões.

A margem menor com clientes foi compensada com bons resultados na tesouraria.

Já as receitas com serviços tiveram alta de 3,8%.

Esse conjunto levou o Banco do Brasil (BBAS3) a uma rentabilidade sobre o patrimônio (ROE) de 22,5%.

Mesmo com uma queda de 0,4 ponto ano a ano, o índice foi um dos maiores do setor entre os grandes bancos.

Projeções para 2024

Carteira de crédito total +6% a +10%
Crédito pessoas físicas+8% a +12%
Crédito empresas+7% a +11%
Crédito agronegócio+11% a +15%
Margem financeira bruta+7% a +11%
Provisões para perdas com calotesR$ 27 bilhões a R$ 30 bilhões
Receitas de prestação de serviços+4% a +8%
Despesas administrativas+6% a +10%
Lucro líquido recorrenteR$ 37 bilhões a R$ 40 bilhões
Fonte: Banco do Brasil
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