Itaúsa: Não temos timing para venda de ações da XP, diz Alfredo Setubal

Itaúsa deve usar os recursos de venda de ações da XP para amortizar dívida

Alfredo Setubal, presidente da Itaúsa — Foto: Ana Paula Paiva/Valor
Alfredo Setubal, presidente da Itaúsa — Foto: Ana Paula Paiva/Valor

O presidente da Itaúsa, Alfredo Setubal, afirmou que a companhia não tem um “timing” para a venda de ações da XP.

Ele explicou que essa venda pode ter três motivos:

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  1. ajudar a pagar outros investimentos da Itaúsa – como foi agora com a compra de uma fatia na CCR;
  2. amortizar dívida da holding;
  3. gerar maior eficiência fiscal, já que a companhia não tem outras receitas que não os dividendos que recebe de suas investidas.

“A XP é um bom investimento, não temos pressa de nos desfazer dele rapidamente. A XP continua crescendo – não tanto quanto nos últimos anos, porque já atingiu um tamanho muito grande, mas é um ritmo ainda bastante saudável”, afirmou. Pelo acordo com a XP, a Itaúsa pode fazer até seis ‘block trades’ para vender seus papéis, e já realizou três (em dezembro do ano passado, março e julho deste ano). “Pretendemos usar os recursos de venda de ações da XP para amortizar nossa dívida ao longo dos próximos anos.”

Setubal também comentou que, após a compra da fatia na CCR, a Itaúsa deve dar uma “paradinha” para consolidar sua carteira, esperar que as empresas investidas desalavanquem e voltem a pagar mais dividendos.

Ele apontou que a holding tem uma dívida grande, que gera importantes despesas financeiras. “Devemos dar uma paradinha, não vemos novos investimentos no médio e longo prazo. Talvez daqui a um ano voltemos a analisar isso”, disse Setubal.

Ele afirmou que a Itaúsa está sempre olhando oportunidades, incluindo a assinatura de acordos de confidencialidade (DNA), mas que não deve anunciar nada no curto prazo. Questionado se de fato a holding chegar a analisar participar da oferta de ações da Eletrobras, como se especulou no mercado, ele confirmou.

Disse ainda que chegou a contratar assessorias para ajudar a analisar o investimento, mas que o volume alto que teria de aportar, de quase R$ 5 bilhões, a fez desistir, considerando seu fluxo de caixa.

“Teríamos de fazer outra emissão de dívida, e no fim optamos por não realizar esse investimento. Por melhor que fosse o retorno, entendemos que não seria adequado e e prudente fazer esse investimento.”

Setubal afirmou que os dividendos que a Itaúsa recebe atualmente de suas investidas estão em um “vale”, já que muitas delas estão em processo de desalavancagem, mas que a tendência é que em três, quatro anos eles voltem a crescer.

Dessa forma, a tendência neste momento é que a Itaúsa em si distribua o mínimo estatutário de 25% do lucro. No médio prazo, isso pode voltar para o patamar histórico de 40% a 50%. “Mas não vai voltar para os quase 90% que tivemos em 2017, 2018. Aquilo foi uma coisa atípica.”

O executivo afirmou ainda que o desconto dos papéis da Itaúsa está exagerado e que o mercado ainda não reconhece o “maravilhoso portfólio” que a holding montou.

Ele disse que, por conta do fluxo de caixa apertado, a companhia decidiu no momento não renovar seu programa de recompra de ações, mas deve voltar com ele assim que houver mais clareza desse fluxo de caixa. “Com a queda dos juros, um fluxo de caixa um pouco mais folgado, sem dúvida nenhuma vamos abrir de novo o programa de recompra de ações no médio prazo.”

Questionado sobre eleições e o manifesto pela democracia, Setubal não quis comentar e disse apenas que a Itaúsa tem experiência em navegar por ambientes voláteis. “Somos investidores de longo prazo. A decisão de dar uma parada nos investimentos não tem nada a ver com eleições.”

Ele disse ainda que a Itaúsa não vai investir no exterior e que não há nenhum plano para converter as ações PN em ON.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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