Itaú BBA reduz previsão de lucro do BTG em 2023 e corta preço-alvo das ações
As revisões refletem 'condições de mercado mais difíceis'; analistas citam o nível dos juros e o caso Americanas
O Itaú BBA reduziu nesta segunda-feira (27) suas estimativas para o lucro líquido do BTG Pactual em 2023 e cortou o preço-alvo das ações para R$ 23, contra R$ 29 anteriormente. A instituição reiterou sua recomendação “neutra” para os papéis (“market perform”).
Em relatório, o Itaú BBA diminuiu em 3% sua estimativa para o lucro líquido ajustado do BTG neste ano, para R$ 8,7 bilhões, com um retorno sobre o patrimônio (ROE) de 19%. Nas divulgações do quarto trimestre, o BTG informou que espera um crescimento do ROE neste ano, depois de o indicador ter ficado em 20,8% em 2022.
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Os analistas do Itaú BBA afirmam que as revisões refletem “condições de mercado mais difíceis”, citando o nível dos juros e o caso Americanas. “O BTG está entrando em 2023 com pouca proteção para uma aceleração esperada na inadimplência corporativa.”
O relatório destaca que os dados atuais indicam um cenário de crédito com taxas mais altas e prazos mais curtos, pouca emissão e maiores resgates de fundos de crédito.
Isso acelerará o que deveria ser um “ciclo normal de inadimplência corporativa”. Na visão dos analistas, haverá efeito em áreas do BTG como banco de investimento e “Wealth Management”.
Eles afirmam que continuam “a gostar do banco” no longo prazo, mas veem ganhos pouco atraentes e uma relação risco/retorno inexpressiva no momento, com as ações negociadas a 10 vezes o lucro por ação.
Na tarde desta segunda-feira, os papéis do BTG eram negociados perto de R$ 20.