Por que o Itaú BBA está tão otimista com Nubank? Entenda em 7 pontos

Relatório destaca vantagens comparativas do banco digital em empréstimos, cartão de crédito, consignado e custo de captação

Fachada do prédio do Nubank. Foto: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo
Fachada do prédio do Nubank. Foto: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo

O Itaú BBA elaborou um relatório explicando por que tem uma visão mais otimista do que a média do mercado para as ações do Nubank (ROXO34).

O banco de investimento listou sete questões comuns em relação ao futuro da fintech e explica qual sua visão para cada uma delas. Confira.

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Crédito

O crescimento do crédito vai continuar? Para o BBA, não só vai crescer, como acelerar.

A previsão é de que, após ter emprestado R$ 7 bilhões no segundo trimestre, o Nubank deve acelerar para R$ 10 bilhões no começo de 2024.

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A fintech está se aproveitando do número crescente de clientes, do aumento do ticket médio, do prazo e da recorrência, apoiada em melhores indicadores de qualidade de crédito, afirma o relatório.

E os cartões?

O Nubank detém hoje 11% de participação de mercado no saldo nacional.

“Esperamos que a próxima etapa de participação de mercado ocorra principalmente por meio de uma média maior, em vez de novos cartões emitidos”, afirmou o BBA.

Além disso, o relatório vê espaço para aumento das receitas com juros.

A parcela de cartões de crédito com juros passou de 14% no segundo trimestre para 26% atualmente.

E isso não foi por causa do rotativo, mas de subprodutos que o Nubank criou, o que fez a linha de parcelado com juros disparar para cerca de 20% dos cartões, versus 10% do mercado.

A maior parte vem via inovação de produtos como PIX no cartão ou o pagamento de contas, como boletos.

Esses produtos são oferecidos com taxas de juros que equivalem a metade das linhas de crédito do mercado.

“Os usuários deste produto tendem a ter uma inadimplência menor devido ao uso mais consciente e taxas mais baixas”, afirmou Pedro Leduc, que assina o relatório.

Inadimplência

A indústria de cartões deve ver os índices de inadimplência acima de 90 dias atingindo o pico entre o terceiro e quarto trimestres, com prováveis quedas em 2024, com inflação e taxas de juros mais baixas, segundo o BBA.

O índice de inadimplência do Nubank deve levar mais alguns trimestres para atingir o pico.

Diferente dos rivais, porém, o banco nunca desacelerou o crédito e seu índice tem sido estável há alguns trimestres.

Para o BBA, neste segundo semestre, os lucros do banco digital devem ser apoiados em aumento de receitas e ganhos de eficiência.

Consignado

Por ora, o Nubank atua apenas no consignado para servidores públicos federais em atividade, o que equivale a cerca de 10% desse segmento.

Diferente do que faz em cartões e nos empréstimos pessoais, o Nubank tem sido mais agressivo neste segmento.

O banco tem atuado com taxas mensais ao redor de 1,4%, ante 1,8% dos maiores rivais do setor.

“Apesar da taxa mais baixa, estimamos que a rentabilidade do Nubank seja tão alta, se não melhor, do que a de outros players, através de uma combinação de despesas operacionais, financiamento e inadimplência mais baixa”, avalia o BBA.

Esse quadro pode ficar ainda mais a favor do Nubank com a portabilidade no setor, prevista para entrar em vigor no fim de 2023.

Nossos modelos seriam extremamente conservadores se o Nubank atingisse algo próximo de 10% da folha de pagamento nacional, acrescentou Leduc.

Rotativo do cartão

Para o BBA, o modelo do Nubank tem vantagens, porque a participação do rotativo nas receitas é de 8%, ou metade da média do setor.

E, enquanto os rivais tentam buscar um novo equilíbrio para o negócio com a esperado teto no juro do rotativo, o Nubank pode aumentar suas vantagens, na visão do BBA.

Clientes de alta renda

Para o BBA, esta é no momento a lacuna no Nubank.

O banco digital tem mais de 80 milhões de clientes no Brasil, cerca de 50% da população adulta do país, porém concentrada na baixa renda.

Leduc estima que o banco seja a principal instituição financeira para cerca de 25% dos brasileiros.

Segundo o analista, o principal limitador para penetração nos mercados de mais alta renda é a falta de limites do cartão.

“A empresa está ciente dessa lacuna, além de outros produtos necessários para engajar clientes de renda mais alta; será um longo caminho”, afirmou Leduc.

Mais otimista do que a média do mercado

Segundo levantamento do Wall Street Journal, 17 analistas cobrem a ação do Nubank.

Deles, cinco têm recomendação de manutenção, enquanto três recomendam venda. Os nove restantes sugerem compra.

O BBA prevê que o Nubank terá no terceiro trimestre lucro de US$ 270 milhões e rentabilidade sobre o patrimônio (ROE) de 20%.

Para 2024, a previsão é lucro de US$ 2,1 bilhões (ROE de 33%), 30% acima da previsão do mercado.

A carteira de crédito deve crescer 35% em 2024, versus 40% em 2023, catapultando a margem líquida para 64%, com um baixo custo de financiamento e um mix de receitas maior.

A maior diferença reside na previsão do BBA para queda no custo de risco.

Leduc prevê alta de 20% das despesas com provisões para calotes em 2024, abaixo dos 35% de alta esperado para a carteira de crédito, com a inadimplência caindo para 6,4%.

Adicionalmente, o BBA avalia que o efeito da melhora da economia sobre a inadimplência também será favorável para o Nubank.

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