O que o Itaú BBA espera de Prates na presidência da Petrobras?

Especialistas do banco apontam que a experiência do senador, indicado ao comando da petroleira, é 'extensa o suficiente' para atender à Lei das Estatais

Senador Jean Paul Prates (PT-RN), indicado à presidência da Petrobras. Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Na ordem do dia, a Medida Provisória (MP) 1.085/2021, que cria o Sistema Eletrônico de Registros Públicos (Serp). O Serp determina que os cartórios realizem seus atos em meio eletrônico.

Em pronunciamento, à bancada, senador Jean Paul Prates (PT-RN).

Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Senador Jean Paul Prates (PT-RN), indicado à presidência da Petrobras. Foto: Roque de Sá/Agência Senado Na ordem do dia, a Medida Provisória (MP) 1.085/2021, que cria o Sistema Eletrônico de Registros Públicos (Serp). O Serp determina que os cartórios realizem seus atos em meio eletrônico. Em pronunciamento, à bancada, senador Jean Paul Prates (PT-RN). Foto: Roque de Sá/Agência Senado

O currículo e a formação acadêmica do senador Jean Paul Prates (PT-RN), indicado para assumir a presidência da Petrobras pelo governo eleito, “são extensos o suficiente para atender à experiência de trabalho da Lei das Estatais e aos requisitos de qualificação acadêmica para o cargo”, comenta o Itaú BBA em relatório.

O banco nota que o fato de Prates ter se candidatado a prefeito da cidade de Natal (RN) em 2020 pode ser visto como um impedimento para sua nomeação, “mas alguns consultores políticos acreditam que a lei atual pode ser interpretada para permitir sua nomeação sem alterações legislativas”.

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Os analistas Monique Greco, Bruna Amorim e Eric de Mello, que assinam o relatório, projetam, com a nomeação de Prates, uma mudança completa dos representantes do conselho de administração escolhidos pelos acionistas controladores e, posteriormente, mudanças significativas nos cargos da diretoria executiva.

“Dado o cronograma obrigatório, esperamos que as mudanças no conselho de administração e no cargo de diretor-presidente sejam concluídas até o final de fevereiro”, comentam.

Eles lembram ainda que Prates questionou a atual política de preços e estratégia de alocação de capital da Petrobras, defendendo a implementação de uma política que minimize o impacto da volatilidade internacional nos preços domésticos dos combustíveis. Além disso, ele defende ajustes no plano de investimentos e na política de dividendos da empresa.

“Prates é relator do Projeto de Lei 1.472/2021, que pretende criar um fundo de estabilização do preço dos combustíveis a ser financiado pelos dividendos e participações governamentais na produção de petróleo pagas pela Petrobras ao governo”, afirmam os analistas.

De acordo com eles, a ideia geral do fundo é que o governo reembolse a empresa quando os preços definidos estiverem abaixo dos de referência, e a empresa reembolse o fundo se ocorrer o contrário.

“Há pouca clareza sobre como os chamados preços de referência serão determinados e se eles refletiriam totalmente os preços de paridade de importação. O projeto de lei foi aprovado pelo Senado, mas ainda não foi apreciado pela Câmara dos Deputados”, pontuam os analistas.

O Itaú BBA tem recomendação neutra e preço-alvo de R$ 38 para as ações preferenciais da Petrobras (PETR4). O valor representa um aumento potencial de 68% em relação à cotação atual dos papéis.

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