Gol (GOLL4) pede recuperação judicial nos Estados Unidos
No fim de setembro, último dado público disponível, a dívida líquida da Gol era de R$ 18,5 bilhões
A companhia aérea Gol (GOLL4) anunciou nesta quinta-feira (25) que acionou o Chapter 11, uma espécie de pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos.
O mecanismo permite às empresas fazer uma pausa nos pagamentos a credores, enquanto renegocia melhores condições que a permitam se manter viva.
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Em fato relevante, a Gol (GOLL4) informou ainda que obteve um compromisso de financiamento de US$ 950 milhões.
“A companhia buscará acesso a esse financiamento como parte da audiência do primeiro dia com o Tribunal dos EUA, prevista para os próximos dias”, diz trecho do documento.
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Mas o financiamento depende de aprovação judicial.
A Gol (GOLL4) acredita que o sinal verde do tribunal e o empréstimo extra poderão manter suas operações normalmente, inclusive os acordos de codeshare e interline.
Em entrevista, o CEO da empresa, Celso Ferrer, não deu prazo esperado pela companhia para concluir o processo do Chapter 11, mas disse acreditar que dure “significativamente menos” do que o de outras companhias aéreas da América Latina.
Gol (GOLL4): crise insuperável
O anúncio é mais um capítulo do ciclo adverso que abateu o setor aéreo no Brasil e no mundo desde a pandemia, em 2020.
Com as operações congeladas por meses em meio ao isolamento social imposto para impedir a propagação da Covid-19, as empresas depois enfrentaram aumento significativo dos preços de combustíveis e escassez de oferta de aeronaves.
Mesmo a forte recuperação do setor no Brasil a partir de 2022 não foi suficiente para melhorar a situação financeira da companhia.
No fim de setembro, último dado público disponível, a dívida líquida da Gol era de R$ 18,5 bilhões, ou o equivalente a 5,5 vezes a geração de caixa de um ano da empresa.
Histórico da companhia aérea
Antes da Gol, a Latam (um consórcio aéreo entre sócios do Chile e do Brasil), havia pedido recuperação judicial nos Estados Unidos em 2020.
A companhia saiu da recuperação judicial cerca de dois anos depois.
Mais cedo neste mês, em meio ao rumor de que a Gol pediria recuperação judicial, suas ações desabaram na bolsa.
Na ocasião, a empresa não negou que estivesse considerando essa opção.
Só neste mês, a queda do papel chega a 27,5%.
Nesta sessão, os negócios com ações da Gol chegaram a ser suspensos pela B3 ante a iminência de divulgação de fato relevante.
