Autuação bilionária pode afetar ações do Grupo Mateus (GMAT3)?

Multa corresponde a 6% do valor de mercado da rede de atacarejos

Loja do Grupo Mateus (GMAT3). Foto: Divulgação
Loja do Grupo Mateus (GMAT3). Foto: Divulgação

A autuação de R$ 1,05 bilhão que o Grupo Mateus (GMAT3) recebeu da Receita Federal é alto, correspondendo a 6% do seu valor de mercado. Mas não traz efeitos materiais no curto prazo, diz o Citi.

O analista João Pedro Soares escreve que o questionamento pelo órgão do uso de créditos presumidos do ICMS surpreende porque era algo que parecia já consolidado na jurisprudência.

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“Achamos que isso pode ser ruim para todas as empresas que usam ou já usaram esses benefícios fiscais”, comenta o banco. Eles notam que o Grupo Mateus vinha reduzindo o uso desses créditos.

O Citi tem recomendação de compra para Grupo Mateus, com preço-alvo em R$ 10,50. Um potencial de alta de 29,9% sobre o fechamento de sexta-feira (6).

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Risco para GMAT3?

Para a XP, a autuação que o Grupo Mateus recebeu da Receita Federal aumenta riscos de uma possível necessidade de provisionamento no futuro.

Dessa maneira, os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer escrevem que, no momento, esse não é o caso, uma vez que o processo ainda está em fase administrativa.

A corretora reitera a declaração do Grupo Mateus que a empresa seguiu a legislação aplicável para calcular as exclusões dos créditos presumidos de ICMS.

Por fim, a XP tem recomendação de compra para Grupo Mateus, com preço-alvo em R$ 9. Portanto, um potencial de alta de 11,4% sobre o fechamento de sexta-feira (6).

Varejistas contra a Receita

Já na avaliação do Bradesco BBI, a autuação bilionária contra o Grupo Mateus reabre uma disputa antiga que o órgão tem com companhias que utilizam créditos presumidos do ICMS.

Os analistas Pedro Pinto e João Andrade escrevem que a medida provisória 1.185, que tratou da tributação das subvenções fiscais, mudou o “status quo” do tema. Logo, deve criar ruídos no setor de varejo até ser novamente consolidada.

Em suma, o banco acredita que as empresas serão afetadas de maneira diferente. E que é um assunto que deve se arrastar até todas as instâncias administrativas e judiciais serem exauridas.

“A constante incerteza no arcabouço tributário do Brasil pode, em última instância, destruir valor das varejistas. (Assim como) reduzir o apetite dos investidores sobre as empresas do setor”, comentam.

Atualmente, o Bradesco BBI tem recomendação neutra para Grupo Mateus, com preço-alvo em R$ 9.

Com informações do Valor Econômico

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