Linha de emergência do Fed traz alívio, mas não segura forte venda de ações de bancos

Mercados globais reagem ao colapso do SVB e Signature Bank nos Estados Unidos

Painel mostra desempenho de ações no mercado internacional. Foto: Peter Nicholls/Reuters
Painel mostra desempenho de ações no mercado internacional. Foto: Peter Nicholls/Reuters

A linha de empréstimos de emergência criada pelo Federal Reserve (Fed) durante este fim de semana para fortalecer o sistema bancário deu certo alívio para os futuros dos índices acionários americanos, mas não conseguiu evitar uma forte venda de papéis de bancos com o perfil semelhante ao do Silicon Valley Bank.

Pela medida, anunciada em conjunto com o FDIC – a agência de proteção ao crédito e supervisão bancária dos EUA – todos os clientes do SVB têm seus depósitos garantidos e podem sacá-los a partir de hoje. A linha de crédito do Fed potencialmente garante que “todos os bancos tenham a capacidade de atender as necessidades de todos os seus depositantes”.

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O Programa de Financiamento a Prazo do Banco (BTFP) oferecerá empréstimos de até um ano para os credores que utilizarem como garantia títulos do Tesouro dos EUA, dívidas de agências, títulos lastreados em hipotecas e outros “ativos qualificados”.

Mesmo assim, no pré-mercado das bolsas americanas, o First Republic chegou a cair 70% – às 8h20 apresentava queda de 60% -, enquanto bancos com perfil semelhante também têm forte queda: Western Alliance recua 30%, Pacwest Bankcorp cai 38% e Charles Schwab perde 6%. Bancos maiores também estão sendo afetados, com Citigroup caindo 2,32%, Bank of America recuando 4,26%, Goldman Sachs perdendo 4,22% e JP Morgan com queda de 1,17%.

Bancos europeus também seguem afetados, com BNP Paribas caindo 4,58%, UBS recuando 2,82% e HSBC descendo 3,39%.

No horário acima, os futuros da Dow caiam ligeiramente 0,03, S&P 500 subia 0,27% e Nasdaq avançava 0,92%.

Investidores buscam proteção no iene

O dólar recua no exterior na manhã desta segunda-feira. As medidas do BC americano fizeram com que o mercado passasse a precificar um aperto monetário menos agressivo para a próxima reunião de política monetária do Fed.

Às 8h30, o euro registrava alta de 0,22%, a US$ 1,06668, enquanto a libra recuava 0,08%, a US$ 1,20638. Já a moeda americana registrava queda de 1,23% ante a divisa japonesa, a 133,337 ienes. O índice DXY – que mede a relação do dólar com uma cesta de seis moedas de países desenvolvidos – opera em queda de 0,35%, a 104,197 pontos.

No domingo, o Fed lançou uma linha de empréstimo de emergência para fortalecer o sistema bancário dos EUA para “ajudar a garantir que todos os bancos tenham a capacidade de atender as necessidades de todos os seus depositantes”. O Programa de Financiamento a Prazo do Banco (BTFP) oferecerá empréstimos de até um ano para os credores que utilizarem como garantia títulos do Tesouro dos EUA, dívidas de agências, títulos lastreados em hipotecas e outros “ativos qualificados”.

“É bem possível que o Fed simplesmente não aumente os juros em 0,50 ponto percentual neste mês ou não suba nada”, apontou Ipek Ozkardeskaya, analista da Swissquote, em nota. Os contratos dos Fed Funds apontam para uma probabilidade de 79% de um aumento de 0,25 ponto percentual e 21,0% para uma pausa nos apertos monetários.

Neste momento, o iene japonês tem forte alta em relação à moeda americana. De acordo com o analista do banco ING, Chris Turner, a moeda japonesa sobe por conta da busca de investidores por ativos de proteção. “Espere que os investidores permaneçam cautelosos esta semana e continuem a preferir o iene ao dólar”, apontou o analista do banco holandês.

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