Embraer vive ‘época da colheita’ após década de investimentos, diz CFO à Inteligência Financeira
CFO da Embraer, Antonio Carlos Garcia diz que 'mercado entendeu que a Embraer (EMBR3) é um bom ativo' e menciona diversificação do portfólio
A Embraer (EMBR3) liderou os ganhos no Ibovespa em 2024, dobrando de valor no período, e voltou a registrar lucro líquido, o que permitirá o pagamento de dividendos. Assim, a expectativa dentro da companhia é que a era de bons resultados se estenda após década de investimentos.
“A Embraer está na época da colheita. O que significa isso? É uma empresa que investiu muito nos últimos 10, 13 anos. Então, agora, a gente está colhendo o que plantou”. A explicação é de Antonio Carlos Garcia, vice-presidente executivo e CFO da Embraer. Ele falou com a Inteligência Financeira no fim do ano passado.
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Nesse sentido, a companhia fechou 2024 com 206 aeronaves entregues. Assim, houve aumento de 14% no número de pedidos concluídos em comparação ao ano anterior.
Ampliação do portfólio da EMBR3
Anteriormente, entre 2020 e 2022, a companhia estava focada em poucos segmentos. E, com os investimentos, conseguiu diversificar o portfólio e aumentar sua atratividade no mercado global, incluindo o lançamento de novos produtos.
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Assim, o desempenho da empresa “era muito dependente de aviação executiva e serviços. Agora, a área de defesa está num ritmo acelerado de novas vendas, e a área comercial acompanhando”, destaca o executivo.
Mercado valoriza a EMBR3, diz executivo
Os bons resultados em vendas se traduziram em novo ânimo do investidor com a companhia. Nesse sentido, a EMBR3 fechou 2024 com alta de cerca de 150% na bolsa de valores, saltando de R$ 22 para perto de R$ 55.
Nesse sentido, a perspectiva é a de que a confiança se estenda ao longo de 2025.
“Então, esse é o momento que eu acho que dá ao mercado essa expectativa de geração futura de lucro, que é quando o mercado valoriza a empresa. Ele está valorizando a performance atual e a performance futura. Acho que é isso que o mercado tem visto”, avalia Garcia.
Segundo o executivo, o crescimento da companhia na bolsa é resultado do atendimento consecutivo das metas colocadas pela gestão ao longo dos últimos anos, relacionadas a estabilização do endividamento e geração de caixa.
Crescimento sustentável garantiu escalada na bolsa
Não só em 2024, mas antes disso, a Embraer já subia na bolsa. A melhora dos resultados da companhia um trimestre após o outro sustentou voos importantes da EMBR3 na bolsa.
“Como empresa de ciclo longo, a Embraer vem num crescimento ano a ano sustentável… de sempre dois dígitos de crescimento de receita, o que significa crescimento do resultado operacional, e gerando caixa”, diz.
Assim, aumenta a expectativa de que os bons resultados operacionais esperados para 2025 sejam revertidos em novas valorizações das ações. Contudo, Garcia pondera que a alta na bolsa é um movimento que está fora do controle da companhia.
“Eu acho que o mercado entendeu que a Embraer é um bom ativo”, diz o executivo. “Então, a gente tem uma credibilidade com o investidor. Ele que vai avaliar se os números que ele está vendo de guidance para 2025 levam a um crescimento do valor da ação”, arremata.