Credit Suisse: Tudo o que você precisa saber sobre o banco após a compra pelo UBS
Depois de vários sinais de fraqueza e má gestão, finalmente o castelo do Credit Suisse desabou
Não foi tão de surpresa assim. Desde meados de 2021 o Credit Suisse já dava mostras de fragilidade material e insegurança financeira em seus balanços, mas nas últimas semanas – especialmente após a quebra dos bancos americanos SVB e Signature Bank – os investidores iniciaram um movimento de venda que fez os papéis derreterem quase 75% desde o início do mês.
O estopim desse movimento de venda foi a recusa por parte do maior acionista do banco suíço, o Saudi National Bank (SNB), em fazer novos aportes financeiros para cobrir prejuízos do banco.
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Veja a seguir as principais perguntas e respostas dos leitores sobre o caso.
– O Credit Suisse faliu?
Não. Não faliu, mas quase. E por motivos de má gestão, a situação chegou em um estado crítico, ao ponto de o Banco Central da Suíça ter de anunciar publicamente que garantiria dinheiro ao Credit para honrar os pagamentos e evitar uma quebradeira do setor.
No domingo (19) foi anunciada a compra do Credit Suisse pelo banco UBS, grande concorrente e compatriota, pelo equivalente a US$ 3,2 bilhões. Bem abaixo do valor de mercado de dias atrás, mas acima da proposta inicial de US$ 1 bilhão.
O negócio foi intermediado pelo BC da Suíça. Ou seja, o Credit não quebrou porque foi salvo pelo estado.
– UBS comprou Credit Suisse?
Comprou. Chamam de fusão, mas foi compra. Com intermediação política do Banco Central da Suíça e outros órgãos governamentais, o anúncio do negócio foi feito no domingo.
– Qual o tamanho desse novo banco?
A fusão desses dois grandes bancos suíços cria um gigante global de US$ 5 trilhões em recursos administrados, sendo o terceiro maior banco da Europa e o 11º do mundo.
Considerando as sinergias – ou seja, o tanto de funcionário que poderão demitir – o UBS calcula que até 2027 terá uma redução de custos de US$ 8 bilhões.
– Como ficam as operações do Credit Suisse e UBS no Brasil?
Contatadas pela IF, as representações brasileiras dos dois bancos disseram ainda não ter informações sobre como ocorrerá o processo de fusão no Brasil.
Mas segundo matéria do Valor, a união deve ampliar a operação dessas instituições no Brasil.
De acordo com dados do sistema IFData, do Banco Central, o Credit Suisse tem R$ 42,660 bilhões em ativos no País, enquanto o UBS tem R$ 1,242 bilhão.
Juntos, eles somariam R$ 43,903 bilhões, ficando na 23º colocação entre os maiores bancos do país, ultrapassando assim PagSeguro, Inter e MUFG, e ficando logo abaixo do Rabobank, quem tem R$ 50,853 bilhões em ativos.
O Credit Suisse é forte em wealth management, mas também em banco de investimento, e tem uma carteira de R$ 10,358 bilhões.
Já os ativos do UBS estão concentrados em aplicações interfinanceiras de liquidez, títulos e valores mobiliários e outros créditos.
Segundo uma análise do Citi, a união dos dois não deve ter grandes impactos no mercado em geral no Brasil.
– Como ficam as ações do UBS e as do Credit Suisse?
Todos os acionistas do Credit Suisse receberão 1 ação do UBS em troca de 22,48 ações do Credit Suisse como contrapartida.
Somente hoje, após o anúncio da compra do Credit pelo UBS, as ações do Credit Suisse fecheram em queda de 57%, a 0,76 francos suíços.
Os investidores receberam melhor a notícia pela parte do UBS, os papéis deste banco fecharam em alta de 1,45% na bolsa de Zurique, a 17,36 francos suíços.
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