Caso Americanas (AMER3) pode, no limite, levar bancos a ter de baixar R$ 20 bi, diz Bradesco BBI

A questão diz respeito ao financiamento tomado pela varejista em bancos para pagar fornecedores

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A regularização das “inconsistências” contábeis encontradas no balanço das Americanas, estimadas em R$ 20 bilhões, pode levar os bancos credores a ter de fazer uma baixa contábil nesse valor, no pior dos cenários. Essa é a avaliação de analistas do Bradesco BBI em relatório sobre o caso.

O documento ressalta que ainda não está claro qual foi exatamente o problema. A questão diz respeito ao financiamento tomado pela varejista em bancos para pagar fornecedores, operações conhecidas como “risco sacado” ou “fotfait”. Porém, não detalhou como isso se deu.

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De acordo com o Bradesco BBI, caso o pior cenário se materialize e os bancos tenham de baixar a prejuízo (“write off”) dos R$ 20 bilhões, as seis instiutições financeiras cobertas pelos analistas teriam um impacto de 4,5% em capital. Esses bancos têm uma exposição de 3,6% ao setor de varejo na carteira de crédito.

O relatório também diz que Santander e BTG Pactual são os bancos com mair exposição ao setor de varejo. O segmento representa cerca de 7% da carteira de crédito de cada um. Itaú e ABC Brasil têm cerca de 3% de seus portfólios ligados a empresas do varejo, enquanto Banco do Brasil têm em torno de 2%.

O Bradesco não foi analisado, já que o relatório foi produzido por analistas da própria instituição financeira. Mas, de acordo com o balanço do terceiro trimestre, a exposição do banco ao setor de varejo estava em 5,9% no fim de setembro.

Os analistas reiteram, no entanto, que ainda não se sabe qual a exposição dos bancos a Americanas e, mais especificamente às operações que não foram devidamente contabilizadas.

Como proporção patrimônio líquido, a maior exposição ao varejo é do Santander (42%), seguida por ABC Brasil (24%), BTG (23%), Itaú (22%), Banrisul (13%) e BB (12%).

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