Bolsas europeias fecham mistas com queda da libra, dados da Alemanha e vitória da extrema-direita na Itália

Confiança empresarial na Alemanha piorou consideravelmente; libra e vitória do Irmãos da Itália também mexeram com os mercados

Confira o desempenho das bolsas da Europa - Foto: Unsplash
Confira o desempenho das bolsas da Europa - Foto: Unsplash

As bolsas europeias fecharam mistas, mas com viés negativo, depois de oscilarem entre ganhos e perdas ao longo da sessão desta segunda (26). Os investidores seguem atentos às perspectivas para a libra e os rendimentos dos títulos britânicos após o governo do Reino Unido anunciar cortes tarifários.

Na quarta-feira, o Federal Reserve (Fed), banco central americano, anunciou aumento de juros. No dia seguinte, foi a vez do Banco da Inglaterra (BoE).

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Outro ponto de destaque nesta segunda é a piora significativa da confiança empresarial na Alemanha, segundo dados do Instituto Instituto de Pesquisa Econômica de Munique, o IFO, que acompanha dados da maior economia da Europa.

Após ajustes, o Stoxx Europe 600 fechou em queda de 0,46%, a 12.227,92 pontos. O FTSE 100, índice de referência da bolsa de Londres, subiu 0,03%, a 7.020,95 pontos, enquanto o DAX, de Frankfurt, recuou 0,46%, a 12.227,92 pontos, e o CAC 40, de Paris, caiu 0,24%, a 5.769,39 pontos. O Ibex 35, de Madri, recuou 0,99%, a 7.508,50 pontos.

Extrema direita na Itália

A bolsa de Milão, por outro lado, conseguiu anotar ganhos, com o FTSE MIB subindo 0,67%, a 21.207,25 pontos com as eleições legislativas de domingo dando vitória ao partido Irmãos da Itália, considerado de extrema direita. O partido é liderado por Georgia Meloni, que deve ser apontada primeira-ministra da terceira maior economia da União Europeia.

Preocupações na Alemanha

No front dos dados divulgados nesta madrugada, a confiança empresarial na Alemanha piorou consideravelmente em setembro, com as empresas ficando mais pessimistas devido à crise energética.

O índice de confiança empresarial do Instituto IFO caiu para 84,3 pontos em setembro, de um número revisado de 88,6 pontos em agosto, de acordo com dados do Instituto Ifo que foram divulgados nesta segunda-feira.

Esta é a leitura mais baixa registrada pelo instituto desde maio de 2020.

De acordo com o chefe global de macroeconomia do Banco ING, Carsten Brzeski, os números do IFO indicam mais sinais de uma recessão na Alemanha.

A principal razão para um enfraquecimento ainda maior no sentimento econômico é clara: alta inflação e suas implicações nos custos corporativos e na demanda do consumidor, acrescenta o economista.

“No entanto, ao contrário de recessões anteriores, como a crise financeira ou a pandemia, a economia alemã não parece estar caindo rapidamente, mas sim deslizando para uma longa recessão de inverno”, aponta o analista do banco holandês.

Com os altos preços de energia, o governo alemão planeja impor um teto de preços de eletricidade para o outono, caso a União Europeia (UE) não concorde com uma medida semelhante em todo o bloco.

O limite protegeria consumidores e empresas de novos aumentos nos preços da energia desencadeados pela guerra econômica entre a Rússia e o Ocidente que ocorre desde a invasão da Ucrânia por Moscou.

Libra

O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) divulgou um comunicado hoje em que diz que “está acompanhando muito de perto a evolução dos mercados financeiros à luz da significativa reprecificação dos ativos financeiros” e que fará uma avaliação completa na próxima reunião agendada [para novembro] sobre o impacto dos anúncios do governo e da queda da libra na demanda e na inflação. “O comitê não hesitará em alterar as taxas de juros conforme necessário para retornar a inflação à meta de 2% de forma sustentável no médio prazo, de acordo com sua missão”, ainda segundo o texto.

A queda ainda maior da libra significa que chegamos a um ponto em que o Banco da Inglaterra precisa intervir para retomar a iniciativa”, diz Paul Dales, economista-chefe para o Reino Unido da Capital Economics, em nota. Mas “qualquer que seja o resultado, o Reino Unido encarará juros mais altos, preocupações sobre a sustentabilidade fiscal no longo prazo e a percepção gradual de que um período mais longo de política monetária apertada será necessário. E tudo isso pesa sobre a economia”.

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