Bolsas europeias fecham em queda pressionadas por petróleo e Ucrânia

O índice Stoxx Europe 600 fechou em queda de 1,10%

Fundos quantitativos, como o Medallion de Jim Simons, se destacam por sua capacidade de minimizar os vieses comportamentais que frequentemente afetam os gestores tradicionais

As bolsas europeias encerraram a sessão em queda, porém longe das mínimas do dia, quando chegaram a cair mais de 3%. O recrudescimento da guerra na Ucrânia prejudicou os negócios, com os investidores avaliando os impactos do conflito na inflação e no crescimento econômico da zona do euro, o que calibra as expectativas em relação ao Banco Central Europeu (BCE) que se reúne nesta semana.

Ao final da sessão regular, o índice Stoxx Europe 600 fechou em queda de 1,10%, aos 417.13 pontos, depois de ter recuado até os 405.61 pontos, na mínima do dia. Entre as bolsas, Londres recuou 0,40%, Paris cedeu 1,31%, enquanto Frankfurt perdeu 1,98%, depois de o Dax alemão ter testado o território de mercado de baixa (“bear market”), acumulando perdas de 20% em relação ao pico recente, alcançado em janeiro.

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O sentimento nos mercados acionários azedou ainda no domingo, após declarações do secretário de Estado dos Estados Unidos, Anthony Blinken, de que os EUA e aliados estavam considerando proibir as importações do petróleo russo. A notícia fez os preços da commodity dispararem, voltando aos níveis de 2008 rumo à faixa de US$ 130.

“Enquanto a agressão russa na Ucrânia continua, o risco de uma nova escalada [do conflito] mantém os investidores inquietos”, disse Thomas Hempell, chefe de pesquisa macro e de mercado da Generali Investments.

Os preços mais altos das commodities e a persistente alta da inflação complicam os próximos movimentos dos principais bancos centrais, que estavam em grande parte prontos para começar a apertar a política monetária antes do início da guerra. O Banco Central Europeu reúne-se nesta quinta-feira e, na semana seguinte, é a vez do Federal Reserve.

“A incerteza elevada em torno das perspectivas econômicas levará o BCE a se concentrar na opcionalidade da política monetária”, disse o gerente de portfólio da Pimco, Konstantin Veit. Para ele, o BCE deve elevar as estimativas para a inflação nos próximos trimestres e manter em aberto um fim antecipado das compras líquidas de ativos em comparação ao plano estabelecido em dezembro.

Entre as ações, destaque para os bancos europeus, com UBS perdendo 2,10%, o BNP Paribas caindo 4,00% e o Intesa Sanpaolo caindo 2,80%. Ainda que a maioria dos credores europeus – salvo algumas exceções – não tenha exposição substancial à Rússia ou à Ucrânia, as perspectivas do setor estão fortemente ligadas às perspectivas macroeconômicas.

Por isso, para o economista-chefe para a Europa da Capital Economics, Andrew Kenningham, a mensagem principal do BCE nesta semana será de que a autoridade monetária irá agir com cuidado e que poderá até aumentar o apoio, se necessário. “O BCE deve primeiro enfatizar que irá garantir ampla liquidez aos bancos e que a estabilidade financeira será preservada”, pondera.

Com Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico

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