Bolsas europeias aceleram alta com chance menor de adesão da Ucrânia à Otan
Apesar da versão apaziguadora e do sentimento mais positivo em relação aos ativos de risco, a cautela tende a prevalecer
As principais bolsas europeias aceleram os ganhos, impulsionadas pelo tom mais moderado do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em relação à adesão do país à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e admitir discutir os termos de rendição colocados na segunda-feira pelo governo russo.
Às 9h15, o índice Stoxx Europe 600 subia 2,84%, aos 426.73 pontos. Nas bolsas, Frankfurt liderava os ganhos, com +4,58%, enquanto Paris avançava 4,29%. Já o índice FTSE 100, em Londres, tinha alta de 1,51%.
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Entre as ações, destaque para as empresas relacionadas às commodities, com destaque para a queda das petrolíferas, em meio ao recuo nos preços do petróleo. Fresnillo, Glencore, Rio Tinto, Antofagasta, BHP, BP e Shell em queda.
A melhora do sentimento em relação ao risco reflete a entrevista ao canal de televisão dos Estados Unidos ABC News. Zelensky disse que “esfriou em relação à questão” da adesão à Otan já “há algum tempo”, afirmando que a aliança não está pronta para aceitar a Ucrânia, e se disse aberto ao diálogo sobre o destino das repúblicas do leste ucraniano, Donetsk e Lugansky, que a Rússia reconhece como independentes.
Segundo Zelensky, a Otan tem “medo de qualquer controvérsia e de um confronto com a Rússia”. A entrada da Ucrânia à aliança do Atlântico Norte é um dos pontos-chave da invasão russa e a principal exigência do Kremlin para encerrar o conflito no leste europeu.
Na última segunda-feira, a Rússia listou os termos de rendição e disse que a guerra “acaba imediatamente” se a Ucrânia se render militarmente e mudar a Constituição, garantindo que “nunca” irá aderir à Otan nem à União Europeia (UE), além de reconhecer a Crimeia como território russo, bem como as repúblicas separatistas como independentes.
Apesar da versão apaziguadora e do sentimento mais positivo em relação aos ativos de risco, a cautela tende a prevalecer. “Os investidores devem manter uma postura cautelosa em relação aos ativos de risco no curto prazo”, afirma o BCA Research, em relatório. Para a consultoria canadense, a situação na Ucrânia continua sem solução e pode resultar em mais turbulência no mercado global.
Com Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico