Bolsas da Europa fecham no vermelho com volta de tensão no setor bancário

Os mercados ensaiaram uma recuperação, mas voltaram a cair diante da possibilidade de um espraiamento da crise

Bolsa de Frankfurt, na Alemanha (Foto: divulgação)
Bolsa de Frankfurt, na Alemanha (Foto: divulgação)

Os principais índices acionários do continente europeu encerraram esta sexta-feira (17) em queda, impulsionados principalmente pelo recuo em papéis de bancos. Mesmo após o anúncio de suporte para o Credit Suisse pelo Banco Nacional da Suíça (SNB), agentes do mercado seguem preocupados com o futuro do setor financeiro, operando, assim, com maior cautela.

Após ajustes, o índice Stoxx 600 fechou em queda de 1,21%, a 436,31 pontos. O índice DAX, de Frankfurt, teve perda de 1,33%, a 14.768,20 pontos e o FTSE 100, de Londres, registrou queda de 1,01%, a 7.335,40 pontos. O francês CAC 40 contabilizou recuo de 1,43%, a 6.925,40 pontos.

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Retorno das tensões

“Houve um retorno das tensões em torno das ações dos bancos nesta tarde, levando os mercados de ações a reverterem o sinal”, afirma o analista do ING, Chris Beauchamp.

Segundo ele, o Credit Suisse continua sendo o pesadelo para Europa, enquanto nos EUA o First Republic segue o principal causador das perdas. “Parece que as medidas tomadas pelas autoridades não deixaram os investidores totalmente seguros”, completa.

Além disso, o Morningstar Direct informou que o Credit Suisse teve US$ 450 milhões em saques líquidos em apenas dois dias dessa semana.

Câmbio

Entre as moedas da região, por volta das 14h05, o euro tinha avanço de 0,51%, a US$ 1,06674, enquanto a libra subia 0,54%, a US$ 1,21750.

Já no mercado de títulos europeu, o rendimento do papel de 10 anos da Alemanha recuava a 2,110%, de 2,288%, no fechamento anterior, enquanto os rendimentos dos gilts britânicos de 10 anos caiam a 3,284%, de 3,438% no último fechamento.

O yield do papel de 10 anos da Itália cai para 4,059%, de 4,160%

Breve alívio

Na véspera, os mercados vivenciaram um breve alívio, depois que o Credit Suisse anunciou que vai tomar US$ 53,7 bilhões de empréstimos do BC suíço para fortalecer o seu caixa após mais uma crise de liquidez.

Contudo, o anúncio não foi suficiente para acalmar totalmente os ânimos e, hoje, as ações do Credit fecharam com queda de 8,01%.

As ações de outros bancos seguiram o mesmo caminho, com o Santander fechando com perdas de 4,65%, o Commerzbank caindo 3,47% e o BNP Paribas encerrando com queda de 2,88%.

Para o JP Morgan, os rendimentos e as recompras dos bancos europeus podem enfrentar a pressão das expectativas de taxas de juros mais baixas e custos mais altos após os problemas bancários na região e nos EUA.

“Embora as taxas mais altas tenham sido vistas como positivas para os bancos, o foco provavelmente mudará para os riscos decorrentes de novos aumentos”, diz o analista do JPM, Kian Abouhossein.

Na véspera, o Banco Central Europeu (BCE) elevou seus juros em 0,50 ponto percentual (p.p.), declarando que novos movimentos nas taxas dependerão de dados econômicos.

CPI da zona do euro

Apesar do foco na situação bancária, hoje, foi divulgado o índice de preços ao consumidor (CPI), da zona do euro, que registrou alta de 8,5% no mês de fevereiro, no acumulado de 12 meses. O resultado ficou em linha com o consenso projetado por economistas consultados pelo “The Wall Street Journal” e com a leitura preliminar.

O indicador desacelerou ligeiramente em relação ao resultado de 8,6% do mês de janeiro. Na relação mês a mês, o CPI de fevereiro registrou alta de 0,8%, em linha com a leitura preliminar e com o projetado por economistas consultados pelo “The Wall Street Journal”. Em janeiro, o indicador havia registrado queda de 0,2%.

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