Bolsas da Europa fecham sem sinal único após corte de produção de petróleo da Opep

Aumento nos preços impulsionou ações do setor, mas pode impactar negativamente a economia local, que já sofre com alta inflação

Vista do distrito financeiro de Londres (Foto: Bastian Pudill/Unsplash)
Vista do distrito financeiro de Londres (Foto: Bastian Pudill/Unsplash)

As bolsas europeias não firmaram direção única ao fim do pregão desta segunda-feira enquanto investidores avaliaram o anúncio de corte da produção de petróleo anunciado, no fim de semana, pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).

A perspectiva de aumento nos preços de energia impulsionou ações de petroleiras, mas o movimento tende também a ter impacto no crescimento e na inflação na Europa, o que também foi avaliado pelos agentes.

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Índices

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,03%, a 457,22 pontos.

Em Frankfurt, o DAX teve queda de 0,31%, a 15.580,92 pontos, mesmo com os ganhos de 4,35% da Siemens Energy.

Já o índice FTSE 100, da Bolsa de Londres, cujas ações ligadas a commodities têm maior peso, avançou 0,54%, a 7.673,00 pontos.

Por lá, BP e Royal Dutch Shell foram os destaques do dia com altas de 4,29% e 4,18%, respectivamente.

Por fim, na Bolsa de Paris, o CAC 40 terminou o dia com ganho de 0,32%, a 7.345,96 pontos, puxado pelo avanço de 5,89% da Total Energies.

Preço do petróleo

Em acordo anunciado ontem e oficializado hoje, os países-membros da Opep decidiram cortar sua produção em 1,16 milhão de barris por dia (bpd) a partir de maio.

Além disso, a Rússia, aliada do cartel, disse que estenderá seu corte mensal de 500 mil bdp, elevando o total da oferta a ser reduzida a 1,66 milhão de bpd.

Ao passo em que elevou os preços do petróleo a até 8% hoje, o anúncio pode pesar sobre o crescimento de economias desenvolvidas neste ano, bem como atribuir um viés altista à inflação, o que exigiria uma resposta adicional de bancos centrais na política monetária para combater os efeitos secundários da alta dos preços do petróleo na inflação.

“O movimento da Opep+ é particularmente negativo para os bancos centrais que, embora preocupados com a inflação persistente, estão cada vez mais preocupados em elevar mais os juros” por conta do temor em relação à estabilidade do setor financeiro, lembra Michael Hewson, analista da CMC Markets.

Segundo ele, a expectativa de maior inflação por conta do petróleo elevou os juros dos títulos europeus hoje, o que deu impulso a ações de bancos. Em Londres, o Barclays terminou o dia em alta de 1,69%; o Deutsche Bank subiu 1,17% em Frankfurt; e o Société Générale teve a segunda maior alta do dia em Paris, de 2,48%.

Indicadores industriais

Além do comportamento da commodity, investidores avaliaram dados da indústria de países do continente europeu.

Mais cedo, foi divulgado que o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial do Reino Unido recuou para 47,9 em março, de 49,3 em fevereiro, segundo o S&P Global, abaixo do consenso do “The Wall Street Journal”, de 48,0.

Já o PMI industrial da França recuou para 47,3, contra 47,4 no mesmo período, abaixo do consenso de 47,7. Na Alemanha, o PMI recuou para 44,7, de 46,3 em fevereiro, acima do consenso de 44,4.

Por fim, na zona do euro, o indicador recuou para 47,3, de 47,8, levemente acima do consenso de 47,1.

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