EUA: Bolsas interrompem rali com peso de queda das ações da Alphabet e da Microsoft

Enquanto S&P 500 e Nasdaq sentiram o peso da queda das ações da Alphabet e da Microsoft, o Dow Jones conseguiu se manter em alta discreta

Pregão na Nasdaq, uma das bolsas dos EUA / Foto: Divulgação
Pregão na Nasdaq, uma das bolsas dos EUA / Foto: Divulgação

Os três principais índices acionários de Wall Street encerraram a sessão desta quarta-feira (26) sem uma mesma direção. Enquanto S&P 500 e Nasdaq sentiram o peso da queda das ações da Alphabet (dona do Google) e da Microsoft, o índice Dow Jones conseguiu se manter ligeiramente acima da linha d’água. No começo da tarde, os três índices chegaram a ficar brevemente em terreno positivo, diante da fraqueza dos rendimentos dos títulos do Tesouro e da queda alentada do dólar no exterior.

No fim das negociações, o índice Dow Jones registrou ganho de 0,01%, a 31.839,11 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 0,74%, a 3.830,60 pontos, e o Nasdaq recuou 2,04%, a 10.970,99 pontos. Dos índices setoriais do S&P 500, a maior perda veio do segmento de serviços da comunicação, com queda de 4,75%. O setor foi bastante penalizado pela queda brusca das ações da Alphabet, que terminaram com perdas de 9,14%. A companhia apresentou seus números do terceiro trimestre ontem, após o fechamento de mercado. O balanço mostrou retração no lucro e receitas de anúncios abaixo do esperado, com a empresa ressaltando que empresas tiraram anúncios do Youtube.

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Outro setor também bastante impactado hoje foi o de tecnologia, caindo 2,23%. No caso deste segmento, o peso veio das ações da Microsoft, que recuaram 7,72% depois que a empresa mostrou uma queda em seu lucro e redução do ritmo de crescimento do negócio de nuvens.

Nas palavras de Edward Moya, analista sênior da Oanda, os resultados dos lucros da Microsoft e da Alphabet mataram o que estava se tornando uma perspectiva não muito ruim para a economia até aqui.

Mas a sessão não foi toda marcada pelo mau humor. No começo da tarde, os benchmarks acionários chegaram a operar, os três, brevemente em território positivo, já que o sentimento de que o Federal Reserve (Fed) pode ajustar seu tom cresce entre os investidores. Perto das 17h20, os contratos futuros do CME Group apontavam para 55,3% de chance de um aumento de 0,5 ponto percentual nas taxas de juros pelo Fed em dezembro –o que seria uma redução do patamar de 0,75 ponto, esperado para o encontro de semana que vem.

Diante disso, os rendimentos dos títulos do Tesouro voltaram a mostrar apatia, com o yield da T-note de dez anos operando no horário acima em queda, a 4,017%, de 4,103% do último fechamento, enquanto o retorno do papel de dois anos recuava, a 4,425%, de 4,462% da sessão anterior. Já o índice DXY, que mede o peso do dólar ante seis moedas de mercados desenvolvidos, operava em queda de 1,12%, a 109,708, no menor patamar em pouco mais de um mês.

Como apontou Nathan Peterson, diretor de análise de derivativos da Charles Schwab, em nota, “os rendimentos dos títulos do Tesouro e o dólar americano estão recuando para aliviar algum desconforto nos mercados, enquanto um aumento menor do que o esperado das taxas do Canadá também parece fornecer suporte”.

Hoje, a decisão do Banco do Canadá, em elevar a taxa de juros em 0,5 ponto percentual (depois de uma alta de 0,75 ponto em setembro) alimentou mais o otimismo, ajudando dar suporte à perspectiva de desaceleração do ritmo de aperto monetário do Fed. Como disse o estrategista de juros do BMO Capital Markets, Ian Lyngen, a interpretação disso não é o mesmo que colocar uma alta de apenas 0,5 ponto percentual na mesa para o Fed já na próxima semana, “mas diminuir o ritmo de aumentos de forma incremental dá suporte ao argumento de que o Fed deve voltar a uma alta de 0,5 ponto em dezembro”.

A sessão também foi marcada por dados econômicos, com as vendas de casas novas caindo 10,9% em setembro, na comparação com agosto. Enquanto isso, a hipoteca para o período de 30 anos alcançou a taxa de 7,16%, no maior patamar desde 2001.

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