Bolsas de NY fecham em queda forte após dado de inflação nos EUA acima do esperado
Investidores temem agressividade do Fed na política de juros depois que o índice de preços de gastos com consumo superou as já elevadas projeções
Os índices de Nova York recuaram fortemente nesta sexta-feira (24), após a divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) do mês de janeiro nos Estados Unidos.
Tanto o PCE quanto o núcleo do indicador subiu acima do esperado, indicando que o Federal Reserve (Fed) deve continuar com o aperto monetário por mais algum tempo.
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Com isso, investidores temem por uma postura agressiva do Federal Reserve (Fed) na política monetária, depois que a alta do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos EUA em janeiro superou as já elevadas projeções de economistas.
O índice Dow Jones fechou em queda de 1,02%, a 32.816,920 pontos, o S&P 500 recuou 1,05%, a 3.970,04 pontos, e o Nasdaq teve baixa de 1,69%, a 11.394,94 pontos. Na semana, os índices acumularam perdas de 2,99%, 2,67% e 3,33%, respectivamente.
PCE
Medida inflacionária mais observada pelo Fed, o núcleo do índice de preços PCE, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,6% entre dezembro e janeiro e 4,7% na comparação anual, ambos números acima das previsões de altas de 0,5% e 4,4%, respectivamente.
Além disso, os gastos com consumo subiram 1,8% – acima da previsão de alta de 1,4% – e a renda pessoal avançou 0,6% – abaixo da estimativa de 1,2% – no mês passado.
Para os economistas Tim Quinlan e Shannon Seery, do Wells Fargo, a melhora do consumo ajuda o Fed a atingir o chamado “pouso suave” da economia, quando a atividade não desacelera de forma significativa após um ciclo de aperto monetário.
No entanto, os gastos elevados podem “apontar para uma queda mais lenta na inflação de serviços, o que obrigaria o Fed a subir [os juros] por mais tempo”, alertam os analistas do banco americano.
Sentimento do consumidor de fevereiro
O índice de sentimento do consumidor nos Estados Unidos, elaborado pela Universidade de Michigan, avançou de 64,9 em janeiro para 67,0, na leitura final de fevereiro, informou a própria instituição nesta sexta-feira, 24. Analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal previam alta menor, a 66,4.
As expectativas para a inflação em 12 meses subiram 3,9% em janeiro para 4,1% em fevereiro.
Já para o intervalo de cinco anos, as expectativas de inflação se mantiveram em 2,9% neste mês.
Juros
Após os números fortes, o mercado elevou as apostas de alta de 0,50 ponto percentual (p.p.) pelo Fed de 21% para 30%, segundo dados do CME Group. Contudo, a probabilidade de alta de 0,25 p.p. ainda domina, com 70% das apostas.
Ainda segundo o CME Group, as maiores apostas agora – em 34% – é de que o Fed deixará os juros inalterados em 2023 e não mais realizar um corte de 0,25 pp na reunião de dezembro.