EUA: Wall Street tem sua melhor semana desde junho

Temporada de balanços corporativos trouxe números mais fortes do que o esperado; expectativa de juros mais baixos também animou investidores

Bolsa de Nova York, localizada em Wall Street - Foto: Robb Miller/Unsplash
Bolsa de Nova York, localizada em Wall Street - Foto: Robb Miller/Unsplash

As Bolsas de Valores de Nova York aceleraram a alta no início da tarde desta sexta-feira (21) após o “The Wall Street Journal” publicar em seu site uma reportagem dizendo que alguns diretores do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) estão procupados com a possibilidade de o aumento de juros promovido recentemente causar uma recessão séria no país.

Segundo o jornal, o comitê de política monetária do Fed deve aumentar a taxa básica em 0,75 ponto percentual uma vez mais em novembro, para o intervalo de 3,75%-4% ao ano, e depois rediscutir a necessidade e o tamanho de mais elevações de dezembro em diante.

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Quando os juros sobem, os investidores saem de aplicações na renda variável para a renda fixa, então a perspectiva de que a taxa não continue subindo tão fortemente os anima a comprar mais ações.

O índice Dow Jones fechou em alta de 2,47%, o S&P 500 subia 2,37%, e o Nasdaq avançava 2,31%.

Os movimentos de sexta-feira estenderam os ganhos do mercado para a semana. O S&P 500 e o Dow subiram 4,7% e 4,9%, respectivamente, enquanto o Nasdaq subiu 5,2%. Foi a melhor semana desde junho para os três principais índices de ações dos EUA.

Balanços

Os balanços de empresas divulgados na semana também está deixando os investidores mais otimistas.

A temporada vem trazendo resultados mais fortes do que os esperados, indicando uma resiliência surpreendente das empresas frente ao cenário de recessão que se desenha no horizonte. De acordo com dados da FactSet, 69% das companhias do S&P 500 que já divulgaram seus resultados indicaram lucros acima do esperado e 67% surpreenderam positivamente em relação às receitas.

O número de surpresas positivas se deve pelo menos em parte, porém, a uma revisão negativa nas expectativas de lucros. Em 30 de setembro, o levantamento da FactSet indicava uma expectativa de crescimento de 2,8% nos lucros das companhias do S&P 500 no terceiro trimestre, mas estas expectativas foram revisadas para 1,6%, considerando os balanços que já foram divulgados. Caso 1,6% seja o número final desta temporada de balanços, este seria o crescimento mais fraco desde o terceiro trimestre de 2020, quando os lucros caíram 5,7%.

“A realidade é que estamos vendo um crescimento fraco, inflação mais alta e os lucros sendo revisados para baixo. É uma combinação difícil”, disse Luca Paolini, estrategista-chefe da Pictet Asset Management, à “Dow Jones Newswires”. “Esta temporada de balanços ainda será OK. Os receios são mais sobre as próximas duas temporadas, de certo modo”.

Twitter

As ações do Twitter (TWTR) caíram 4,81%, para US$ 50,16, após uma reportagem do Washington Post dizendo que Elon Musk disse a potenciais investidores em seu acordo para comprar o Twitter que planejava se livrar de quase 75% dos funcionários da empresa. Também houve relatos de que o governo Biden estaria considerando submeter a oferta de aquisição de Musk a uma revisão de segurança nacional.

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