NY: humor do mercado muda e bolsas fecham no negativo após falas do Fed

Dia começou bem, com inflação abaixo do esperado, mas ânimo esfriou após Fed dar sinais de que pretende manter política de aperto monetário

Foto: Richard Drew/AP
Foto: Richard Drew/AP

Os índices das bolsas de Nova York abriram em alta firme na manhã desta quarta (12), mas acabaram fechando o dia no negativo.

A busca por ações foi impulsionada no começo do dia pela leitura de março do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, que apresentou avanço menor do que previam os analistas consultados pelo “The Wall Street Journal”.

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Porém, durante a tarde, uma mudança de humor tomou conta do mercado após falas do Fed, que deixaram os investidores reticentes com relação a uma possível queda dos juros depois de uma empolgação com os números da inflação.

Índices das bolsas dos EUA

No fechamento, o Dow Jones caiu 0,11%, o S&P 500 recuou 0,41%. Já o Nasdaq fechou com perda de 0,85%.

Pronunciamentos do Fed

Os ânimos começaram a se esfriar depois do pronunciamento de Mary Daly, presidente do Fed da Filadélfia. Ela disse que há boas razões para crer que mais juros é necessário. Além disso, afirmou ainda que a ‘força da economia e as leituras elevadas da inflação sugerem que há mais trabalho a ser feito’.

As bolsas de Nova York viraram definitivamente para o campo negativo após o presidente do Federal Reserve (Fed) de Richmond, Thomas Barkin, adotar postura cautelosa sobre a leitura de março do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, que mostrou desaceleração da inflação. Segundo o dirigente, ainda há um caminho a percorrer antes que a meta de 2% do BC seja atingida.

A leitura de Barkin vem em linha com o que a maioria dos analistas preveem para a próxima decisão monetária do Fed em 3 de maio. Segundo eles, o CPI divulgado hoje não altera muito a postura do BC americano, já que o núcleo da inflação ainda subiu em ritmo forte no mês passado.

Além do CPI, Barkin falou sobre o impacto da crise dos bancos regionais americanos. Segundo ele, ainda não dá pra perceber uma redução significativa do acesso ao crédito por conta da turbulência recente. Há expectativa de parte do mercado de que a crise bancária provoque uma desaceleração econômica mais forte à frente, o que faria com que o Fed cortasse juros antes do planejado.

CPI de março

O CPI americano de março mostrou alta de 0,1% em relação a fevereiro, e de 5,0% na comparação com igual mês de 2022. Ambas as leituras vieram 0,1 ponto percentual (p.p.) abaixo do indicado pela mediana das projeções do mercado.

O núcleo do CPI, contudo, veio em linha com as expectativas ao subir 0,4% na base mensal e 5,6% na base anual. Segundo o próprio Departamento do Trabalho dos EUA, que divulgou o indicador, os preços de moradias foram o que mais contribuíram para a alta do núcleo inflacionário.

Análises

Segundo a economista Katherine Judge, do banco canadense CIBC, os preços de energia puxaram a desaceleração robusta do índice cheio do CPI. Já o núcleo – que exclui itens voláteis como energia e alimentos – segue alto demais e não pode ser visto como “confortável”.

Dirigentes do Federal Reserve (Fed) seguem atentos aos componentes do núcleo da inflação americana, e os números de março “mantêm o argumento para um aumento dos juros em maio, desde que os problemas do sistema bancário pareçam suficientemente estáveis”, completa Judge em comentário a clientes.

A maior parte do mercado parece concordar com Judge. Segundo análise do CME Group, há cerca de 66% de chance do Fed ainda elevar os juros em 0,25 p.p., para a faixa de 5% a 5,25%, na sua próxima reunião em maio. O percentual era um pouco maior antes do dado, mas o CPI não parece ter mudado drasticamente a expectativa para a decisão do mês que vem.

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