Bolsas fecham em queda de 1% na véspera do Fed, com foco em dados e crise bancária

No pano de fundo, está a preocupação com o setor bancário, depois da venda do First Republic Bank ao J.P Morgan, e a temporada de balanços

Bolsa de Valores de Nova York - Foto: Brendan McDermid/Reuters
Bolsa de Valores de Nova York - Foto: Brendan McDermid/Reuters

As bolsas de Nova York encerraram o pregão desta terça-feira (2) com baixa forte ao redor de 1%. Após uma abertura morna, a busca por risco se deteriorou no mercado acionário de Wall Street à medida que investidores reagiram a indicadores e reavaliaram as condições do setor bancário nos EUA e suas consequências para a economia do país.

Há ainda a expectativa para a decisão de amanhã do Federal Reserve (Fed), que deve trazer um novo aumento dos juros básicos americanos.

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Índices de NY

O índice Dow Jones fechou em queda de 1,08%, a 33.684,53 pontos, o S&P 500 cedeu 1,16%, a 4.119,58 pontos, e o Nasdaq também recuou 1,08%, a 12.080,51 pontos.

Indústria e mercado de trabalho

Dados mostraram que as encomendas à indústria subiram 0,9% na comparação mensal de abril, bem abaixo do consenso de 1,3%.

Já o relatório Jolts do mercado de trabalho mostrou criação 9,6 milhões de vagas de trabalho, o que representa uma queda em relação aos 9,9 milhões em fevereiro e a desaceleração do indicador pelo quarto mês seguido.

A Oxford Economics comenta que o declínio nas vagas de emprego indica que o impacto cumulativo da agressiva campanha de aumento de juros do Fed está começando a ser forte.

“No entanto, o nível de aberturas ainda é elevado, e esperamos que o Fed opte por mais um aumento de 0,25 ponto porcentual, buscando garantir que o reequilíbrio entre oferta e demanda no mercado de trabalho continue”, projeta.

Setor bancário

Além disso, Wall Street renovou sua preocupação acerca da saúde do setor financeiro americano, cuja crise ganhou novo capítulo nesta semana com a quebra do First Republic Bank. Ações de bancos regionais dos EUA, como PacWest Bancorp (-27,78%) e Western Alliance (-15,12%), figuram entre as maiores baixas de hoje.

A perspectiva de enfraquecimento da atividade econômica americana não só pressionou ativos de risco, como também fez com que investidores precificassem um Fed menos “hawkish” no restante de 2023. Após a esperada alta de 0,25 ponto percentual – para a faixa de 5% a 5,25% – amanhã, o CME Group calcula chance minoritária (14,4%) de corte de juros já na reunião de julho.

Balanços

Ainda que sob menor foco, a temporada de balanços continua nos EUA e hoje trouxe os resultados da Pfizer, que fechou em leve queda de 0,38%, e da Uber, que disparou 11,55%.

Ainda entre ações, o setor de energia foi o mais pressionado hoje diante da perspectiva de enfraquecimento da economia global e, portanto, da demanda no futuro próximo. O subíndice de energia do S&P 500 fechou em queda de 4,28%, a 619,28 pontos.

Juros

Para dezembro, há mais de 70% de chance de que o juro básico americano esteja na faixa de 4,25% a 4,75%. O mercado, portanto, precifica de dois a quatro cortes de juros ainda em 2023, considerando o nível esperado após a decisão de amanhã.

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