Bolsas da Europa fecham em queda com Powell e crise energética
Aperto monetário mais intenso e chance maior de recessão azederam o humor dos investidores
Os principais índices acionários europeus fecharam em queda nesta sexta-feira, pressionados pelo discurso mais hawkish do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, no simpósio anual de Jackson Hole, apontando que o banco central americano vai continuar elevando os juros de forma “inevitável e rápida”.
O índice Stoxx 600 fechou em queda de 1,68%, a 426,09 pontos. Entre os índices setoriais do Stoxx 600, a queda foi generalizada em todos setores. O setor de lazer e turismo teve a maior queda da sessão, com retração de 3,58%. Já o setor de setor de serviços financeiros que subia no início do pregão de hoje, terminou com queda de 2,5% e o de mídia, com queda de 2,28%. O setor bancário caiu 1,57%.
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A bolsa de Paris (CAC-40) caiu 1,68% a 6.274,26, enquanto a de Frankfurt (DAX) recuou 2,26% a 12.971,47 e a de Londres (FTSE-100) perdeu 0,70% a 7.427,31.
O Fed deverá elevar os juros para 4% até o fim do ano, disse Christoph Balz, economista sênior do Commerzbank, em nota. “Esse movimento deverá levar a uma recessão no próximo ano e é provável que as discussões sobre política monetária mudem até meados de 2023 à medida que a economia contraia e a inflação recue lentamente”, disse ele.
“Embora os mercados tenham se consolado recentemente com a queda na inflação, o dia de hoje serviu para destacar o fato de que continuamos muito longe da posição em que a pressão de custos estará controlada novamente”, disse Joshua Mahony, analista sênior de mercado da IG, em uma nota.
Além do discurso mais hawkish de Powell, o mercado europeu também foi pressionado pelo sentimento de que a crise de energia pode voltar a impulsionar novamente os preços dos alimentos e, dessa forma, a inflação.
Depois do discurso, os futuros dos fed funds voltaram a indicar uma maior probabilidade – de 58,5% – de alta de 0,75 ponto percentual na reunião de setembro, de acordo com o CME Group.