Dólar fecha em alta, a R$ 5,26, maior patamar em mais de 1 ano; Ibovespa cai a 124 mil pontos
Bolsa de valores hoje: Ibovespa e dólar seguem tendência de mínimas e máximas, respectivamente, para o ano; saiba os motivos
A bolsa de valores hoje operou mais um dia de queda, com o índice baixando a 124 mil pontos, enquanto o dólar avança mais uma vez.
O mercado repercutiu os dados da China e a questão fiscal no Brasil. Além disso, ainda impactam os ativos questões do exterior como a economia norte-americana e as tensões no Oriente Médio.
Receba no seu e-mail a Calculadora de Aposentadoria 1-3-6-9® e descubra quanto você precisa juntar para se aposentar sem depender do INSS
Nesse sentido, o desempenho das empresas relacionadas a commodities ajudaram a puxar o desempenho da bolsa de valores para baixo. A Vale (VALE3) desceu 0,89%, com as demais empresas relacionadas ao minério de ferro e ao aço também em queda.
Entre as petroleiras também houve queda em bloco, contudo, a Petrobras se desvencilhou e teve alta de 0,4% (PETR3; PETR4).
Últimas em Ações
Assim, o Ibovespa fechou em baixa de 0,75%, a 124.399 pontos, ao menor nível desde novembro. No pregão anterior, o principal índice da bolsa fechou em queda.
Dólar hoje
O dólar voltou a subir pela quinta sessão consecutiva no mercado local, refletindo a valorização dos rendimentos dos Treasuries e da divisa americana frente outros pares do real ligados a commodities.
Nesse sentido, o dólar fechou em alta de 1,64%, a R$ 5,2697 depois de ter batido R$ 5,28 na máxima do dia nas primeiras horas do pregão. Com isso, o dólar bate o maior patamar desde março de 2023.
No exterior, a moeda norte-americana também avançou, embora de maneira mais discreta. O DXY, índice global do dólar, subia 0,13%, a 106,43 pontos.
Ações em alta
Veja as maiores altas na bolsa de valores hoje.
- Americanas (AMER3) +4,00%
- Clearsale (CLSA3) +3,86%
- Ser Eduacional +3,70%
- Sequoia (SEQL3) +3,45%
- Azevedo e Travassos (AZEV4) +3,23%
Ações em baixa
Confira também as maiores quedas.
- Assaí (ASAI3) -5,32%
- Alpargatas (ALPA4) -5,05%
- Ânima (ANIM3) -4,50%
- Carrefour (CRFB3) -4,40%
- Locaweb (LWSA3) -4,34%
Os rankings contemplam ações com maior volume que estão ou não no Ibovespa e outros índices. As cotações foram apuradas depois do fechamento, mas podem ter atualizações.
Bolsas mundiais: Nova York
As bolsas de Nova York fecharam sem sinal único nesta terça-feira após o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, apontar que juros devem ficar restritivos por mais tempo. Os comentários limitaram a recuperação dos negócios após o tombo recente, em uma sessão marcada por balanços corporativos e contínuos riscos geopolíticos.
O índice Dow Jones subiu 0,17%, a 37.798,97 pontos; o S&P 500 caiu 0,21%, aos 5.051,41 pontos. O Nasdaq perdeu 0,12%, aos 15.865,25 pontos. O índice VIX, espécie de termômetro do medo em Wall Street, cedeu 4,32%, aos 18,40 pontos, depois de ter alcançado maior nível desde outubro na véspera.
Powell admitiu hoje que os dados mais recentes sugerem “falta de progresso” no objetivo de retornar a inflação à meta de 2%. O quadro deve se traduzir em uma manutenção dos juros em níveis atuais por mais tempo, de acordo com ele.
Europa
As bolsas da Europa fecharam em forte queda nesta terça-feira, a maioria recuando mais de 1%, em sessão fortemente afetada pelas tensões geopolíticas no Oriente Médio.
No começo da semana, a aversão ao risco havia sido contida em certa medida com a perspectiva de que o conflito em Israel e Irã não contaria com grandes escaladas após os ataques do último sábado, mas o cenário se alterou com as declarações do governo israelense de que irá retaliar em território iraniano.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 1,58%, a 497,92 pontos.
Em Londres, o FTSE 100 caiu 1,82%, a 7.820,36 pontos. O DAX, de Frankfurt, recuou 1,57%, a 17.744,46 pontos. Em Paris, o CAC 40 teve queda de 1,40%, a 7.932,61 pontos. O FTSE MIB, de Milão, baixou 1,65%, a 33.393,85 pontos. Em Madri, o Ibex 35 caiu 1,57%, a 10.519,20 pontos. O PSI 20, de Lisboa, recuou 0,71%, a 6.224,16 pontos.
Resultados primários
Nesta manhã, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, garantiu que o Brasil vai buscar o déficit zero no ano que vem, apesar da banda inferior da meta de resultado primário garantir a possibilidade de um déficit de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) nas contas públicas em 2025.
“Queremos garantir que o Brasil nunca mais gaste além do que arrecada”, reforçou a ministra.
No mercado, os economistas reagiram mal à alteração das metas fiscais dos próximos anos, sacramentada ontem no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025.
Embora os números sejam considerados mais críveis, os especialistas ouvidos pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) avaliam que passa um recado ruim, de uma política mais expansionista de gastos e alguns agentes já consideram a chance de uma nova rodada de alta da Selic ano que vem.
Mineração e siderurgia em foco no Ibovespa
No Brasil, a Vale (VALE3) enfrenta possíveis reações adversas decorrentes da desvalorização recente do minério de ferro, à medida que se aproxima a divulgação de seu relatório de produção. “A Moody’s destacou incertezas envolvendo a mineradora e outras grandes corporações”, diz a Guide
Isso porque na China o setor imobiliário caiu mais de 1,5%, à medida que os preços de novas residências na China registraram a maior queda em quase nove anos no último mês.
A Vale registrou queda, pressionada pelo recuo do minério de ferro em Dalian e com o mercado ajustando expectativas para o relatório de produção e vendas da mineradora, que deve ser conhecido após o fechamento.
Recuperação irregular da China também mexeu com a bolsa de valores hoje
O PIB da China teve alta anual de 5,3% no primeiro trimestre, bem maior do que se esperava. Ainda assim, o clima no mercado é de incertezas e o impacto sobre a bolsa de valores hoje é negativo.
A recuperação do país permaneceu “irregular,” segundo a Guide, “uma vez que os números do PIB do primeiro trimestre e os investimentos fixos superaram as previsões, porém as vendas no varejo e a produção industrial ficaram aquém do consenso”, diz a corretora.
Com informações do Estadão Conteúdo