Biotech brasileira Biomm (BIOM3) mira mercados de R$ 5 bilhões; confira entrevista com CEO
'Estamos olhando um iceberg, o que tem para surgir aí é enorme', afirmou o diretor-presidente da Biomm em entrevista exclusiva à Inteligência Financeira; conheça mais sobre a empresa
Medicamentos para tratamento de diabetes, câncer, trombose e obesidade.
Estes são alguns dos mercados que só no Brasil e em conjunto movimentam mais de R$ 5 bilhões por ano, e que são alvos da empresa mineira de biotecnologia Biomm (BIOM3).
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“Estamos olhando um iceberg, o que tem para surgir aí é enorme”, disse o diretor-presidente da Biomm, Heraldo Marchezini, em entrevista exclusiva à Inteligência Financeira.
Listada há uma década no Bovespa Mais, segmento da B3 para empresas menores, a Biomm é oriunda da Biobras, que foi vendida para a gigante Novo Nordisk.
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Assim, nos últimos anos a Biomm se concentrou num trabalho de bastidores, buscando licenças regulatórias, parceiros internacionais e investidores.
Mas com a operação de sua fábrica de R$ 800 milhões em Nova Lima (MG), a biotech começa a despontar para o público.
A planta, cuja inauguração terá a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcará uma virada da companhia no mercado de insulinas, seu principal produto.
Até aqui, o processo tem logística demorada e cara: um composto precisa ser observado a cada cinco minutos para garantir uma temperatura de 2º a 8º graus Celsius desde a China até o Brasil.
Com o recente aval da Anvisa para a fábrica, a Biomm (BIOM3) fará sozinha uma etapa maior do processo.
Assim, isso lhe dará condições de competir com gigantes globais como Sanofi-Aventis Eli Lilly e Novo Nordisk.
Diabetes, mercado bilionário
Com o Glargilin, seu produto para tratamento do diabetes dos tipo 1 e 2, que atinge cerca de 15 milhões de pessoas no Brasil, a Biomm (BIOM3) mira um mercado de cerca de R$ 1 bilhão por ano.
Isso, sem contar que trata-se de um segmento ainda com chances significativas de ser subnotificado.
“O Brasil tem um nível de consumo de insulina proporcional abaixo da Itália, que é o pior país em tratamento do diabetes na Europa”, disse Marchezini.
Em outra frente, a Biomm (BIOM3) assinou na semana passada um acordo com a Biocon, maior farmacêutica indiana, para produzir um similar do Ozempic.
O acordo envolve uma exclusividade por dez anos e mira um mercado estimado em R$ 3 bilhões anuais, só no Brasil.
O pacto vale a partir de 2026, prazo para quebra da patente do Ozempic, detida pela Novo Nordisk.
Por fim, Marchezini citou produtos da Biomm para tratamento de câncer de mama e colorretal, além de outro para trombose.
Nesse combo, vão pelo menos mais R$ 1 bilhão em dimensão de mercado.
“As perspectivas para faturamento (para o Biomm) nos próximos três a cinco anos são muito claras”, disse o executivo.
Internacionalização, migração para Bovespa
Na entrevista, Marchezini também mencionou como a chegada de investidores, incluindo Banco Master, BTG Pactual e XP, podem dar musculatura para a Biomm.
Além disso, o executivo citou o volume de negócios com as ações, que já subiram quase 200% no último ano.
Por fim, Marchezini citou novas oportunidades de parcerias com farmacêuticas globais e mercados para exportação, como Europa e América Latina.