Bandeira tarifária amarela: ações de energia podem se beneficiar no Ibovespa; entenda

Entre as empresas de energia, mercado prefere ações de Copel (CPLE6) e Eletrobras (ELET3) com bandeira tarifária amarela em vigor

Montagem: Inteligência Financeira. Fotos: Divulgação/Rafael Henrique (Reuters)
Montagem: Inteligência Financeira. Fotos: Divulgação/Rafael Henrique (Reuters)

O reajuste na tarifa de contas de luz para julho, decretado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) na sexta-feira, pode beneficiar ações de empresas de energia na bolsa de valores. Analistas do mercado financeiro escolheram duas geradoras para surfar a mudança da bandeira tarifária de verde para amarela no Ibovespa: Copel (CPLE6) e Eletrobras (ELET3).

As duas ações passam por momento de alta no Ibovespa, com a liderança das ações ordinárias da Eletrobras (ELET3). O papel da empresa subiu 4% desde o início da semana. O mercado aponta que as duas companhias recém-privatizadas têm o maior volume de energia disponível para contratação, o que pode levar a margens maiores no terceiro trimestre.

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Em nota, a Aneel informou que a mudança na tarifa de energia foi “acionada em razão da previsão de chuvas abaixo da média até o final do ano”. A agência também afirmou que o inverno deste ano registra “temperaturas superiores à média histórica” e provoca aumento de demanda.

Quais ações de empresas de energia devem subir?

De acordo com analistas do mercado financeiro, é mais provável que as ações da Eletrobras (ELET6) sejam favorecidas pelo acionamento da bandeira tarifária amarela na conta de luz.

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A companhia possui um percentual de energia descontratada mais alto do que outras geradoras listadas no mercado. Isso significa que o aumento da bandeira pode levar a Eletrobras a vender energia estocada – hoje 8% do total disponível – por um preço maior.

Na visão de André Nogueira, analista da Mantaro Capital, a Eletrobras é a melhor posicionada para surfar o aumento.

“A empresa tem a maior quantidade proporcional de energia descontratada em relação ao estoque próprio”, afirma.

“Grandes consumidores de energia, como indústrias, tendem a operar contratados daqui para frente, já que há uma dúvida sobre se as tarifas podem subir ainda mais no futuro”, diz Nogueira. Distribuidoras, como Energisa (ENGI11), Enel e outras também podem adquirir mais energia caso a demanda supere expectativas.

Heitor Martins, assessor da Nexgen Capital, explica que essa diferença pode ajudar a impulsionar receitas da Eletrobras no terceiro trimestre. Portanto, deve trazer uma margem de lucro bruto mais favorável.

“Copel e Eletrobras devem ser as maiores beneficiadas pelo aumento das bandeiras tarifárias na conta de luz.”

Copel (CPLE6) também pode subir; entenda motivos

No caso da Copel (CPLE6), analistas explicam que as ação da companhia paranaense de Energia também pode sofrer impacto positivo da mudança tarifária.

Projeções da Copel para 2024 apontam que dos 2,2 milhões de Megawatts (MWm) produzidos por hora apenas 4% não devem ser contratados até dezembro. Outros 15% entram num sistema de hedge com as distribuidoras para suprir demandas adicionais.

A dúvida sobre a possível renovação de concessões de hidrelétricas fez com que a Copel estocasse parte da energia produzida, afirma Nogueira.

Já conforme a explicação de Michel Bezerra, analista do PagBank, a Copel também pode se beneficiar por atuar nos três segmentos: geração, distribuição e transmissão. “Porém, vai depender também de como os preços no mercado livre de energia irão se comportar em um evento de escassez de chuvas.”

Quais ações também podem subir sob bandeira tarifária amarela em energia?

Analistas também veem uma possível alta para a Eneva (ENEV3), cuja principal linha de negócio é produção de energia via usinas termelétricas.

O PagBank a cita como “forte candidata” a subir no Ibovespa com a ativação da bandeira tarifária amarela a consumidores, assim como outras empresas com usinas que usam energia térmica para gerar eletricidade.

Nogueira, da Mantaro, explica que a Eneva obtém receita para disponibilizar usinas ao SIN (Sistema Integrado Nacional), do governo federal. Mesmo assim, se as usinas são acionadas, uma receita extra é paga à empresa.

Além da Eneva, a distribuidora CPFL Energia pode subir na bolsa com a mudança na conta de luz. Esta é a análise de Vitor Mafra, gestor da Doxos Capital.

“Uma das grandes empresas que pode se beneficiar talvez seja a CPFL, porque o reajuste da bandeira poderia impactar lá na frente com possível aumento de distribuição de dividendos”, diz.

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