Banco do Brasil (BBAS3) lucra R$ 8,8 bi no 3° tri e anuncia R$ 2,25 bi em remuneração a acionistas

Banco fez provisão extra para perdas com grande empresa que pediu recuperação judicial em janeiro

Analistas avaliam as ações do Banco do Brasil  e mostram quanto renderam os papéis - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Analistas avaliam as ações do Banco do Brasil e mostram quanto renderam os papéis - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Banco do Brasil (BBAS3) teve o lucro do terceiro trimestre levemente abaixo da previsão média de analistas, na esteira de maior provisão para perdas com inadimplência.

O banco informou nesta quarta-feira (8) que seu lucro ajustado de julho a setembro somou R$ 8,8 bilhões, 4,5% mais do que no mesmo período do ano passado.

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Com isso, a rentabilidade sobre o patrimônio líquido, que mostra como um banco remunera o capital dos acionistas, foi de 21,3%.

Um ano antes, esse índice tinha sido de 21,9%.

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Confira as previsões de analistas consultados pela Inteligência Financeira:

InstituiçãoPrevisão de lucro líquido recorrenteRentabilidade (ROE)
SantanderR$ 9,015 bilhões
XPR$ 9,014 bilhões22,2%
Itaú BBAR$ 8,94 bilhões20,8%
BTG PactualR$ 8,852 bilhões

Carteira de crédito e inadimplência

No fim de setembro, a carteira de crédito ampliada atingiu R$ 1,07 trilhão, crescimento de 10% em 12 meses, com destaque para o agronegócio.

O índice de inadimplência acima de 90 dias atingiu 2,81%, subindo gradualmente desde setembro do ano passado, quando estava em 2,34%.

Ao mesmo tempo, a provisão do BB para perdas esperadas com calotes no trimestre totalizou R$ 7,52 bilhões, um salto de 66,4% ano a ano.

Segundo o banco, a piora refletiu o provisionamento adicional para perdas ligadas a uma empresa de grande porte – BB não citou nome – que pediu recuperação judicial em janeiro.

No dia 11 de janeiro, a Americanas divulgou em comunicado ter identificado “inconsistências em lançamentos contábeis” nos balanços corporativos, em um valor que chegaria a R$ 20 bilhões. Em fevereiro, a empresa divulgou uma atualização de sua lista de credores, na qual elevou o valor de sua dívida de R$ 41,2 bilhões para R$ 42,5 bilhões. Os maiores credores da Americanas são os bancos, sendo o BB um deles.

O agravamento das provisões teve impacto de R$ 507,4 milhões no trimestre.

Remuneração

Em documento separado, o BB anunciou que pagará cerca de R$ 2,5 bilhões em remuneração a acionistas em 30 de novembro.

Esse montante inclui R$ 291 milhões em dividendos e R$ 1,958 bilhão em juros sobre o capital próprio.

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