Banco do Brasil tem lucro líquido recorrente de R$ 8,55 bilhões no 1º tri e supera projeções; ROE 21%
Carteira de crédito ficou acima de R$ 1 trilhão e avançou 2,7%; Inadimplência avança e fica em 2,62% no período
O Banco do Brasil registrou lucro líquido ajustado de R$ 8,5 bilhões no primeiro trimestre de 2023, o valor corresponde a uma redução de 5,4% na comparação com o quarto trimestre de 2022 e um aumento de 28,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. O consenso apurado pela IF, indicado no IF Hoje desta manhã, apontava para um lucro recorrente de R$ 8,1 bilhões.
No período, o Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (ROE) anualizado foi de 21,0%.
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Provisão de calote
O resultado foi influenciado pela redução na linha de outras receitas operacionais, queda na despesa de PCLD (Provisão de Crédito de Liquidação Duvidosa) ampliada e pela redução sazonal em margem financeira bruta e receitas de prestação de serviços.
Na comparação com o 1º tri de 2022, a evolução é explicada pelos crescimentos na margem financeira bruta, nas receitas de prestação de serviços e pelo resultado de participações em controladas, coligadas e joint-ventures, parcialmente impactadas pelo aumento na despesa de PCLD ampliada.
A PCLD Ampliada totalizou R$ 5,9 bilhões no 1º tri, queda de 10,4% na comparação trimestral e aumento de 112,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
As mudanças societárias no controle acionário de cliente específico do segmento Large Corporate – setor agroindustrial, que teve processo de recuperação judicial homologado em 2019, ensejaram em mudança de perfil da dívida da companhia.
Carteira de crédito
O BB registrou em março/23, o saldo de R$ 1,0 trilhão na Carteira de Crédito Ampliada, que inclui, além da Carteira Classificada, TVM privados e garantias, crescimento trimestral de 2,7%.
Na comparação em 12 meses o crescimento foi de 16,8%. Em ambos os períodos de comparação foram observados desempenhos positivos em todos os segmentos negociais.
Pessoa Física
A carteira ampliada PF cresceu 3,6% no trimestre e 11,7% em 12 meses, influenciada pelo desempenho do crédito consignado (+3,0% no trimestre e +9,6% em 12 meses), do crédito não consignado (+3,7% no trimestre e +9,3% em 12 meses) e pelas carteiras adquiridas de financiamento de veículos (+67,4% no trimestre e +126,8% em 12 meses).
Pessoa Jurídica
A carteira ampliada PJ registrou incremento trimestral de 1,0% e de 12,7% em 12 meses, com ênfase para os crescimentos de operações com recebíveis (+11,6% no trimestre e +24,8% em 12 meses) e de capital de giro (+1,4% no trimestre e +10,7% em 12 meses). Destaque para os desembolsos de R$ 2,5 bilhões no trimestre realizados na linha do Pronampe.
Agro
A Carteira Ampliada Agro expandiu 4,1% no trimestre e 26,7% em 12 meses, com ênfase para as operações de custeio (+4,2% no trimestre e +45,6% em 12 meses) e de investimento (+7,6% no trimestre e +49,8% em 12 meses).
Inadimplência
O índice de inadimplência INAD+90d (relação entre as operações vencidas há mais de 90 dias e o saldo da carteira de crédito classificada) atingiu 2,62% e o índice de cobertura (relação entre o saldo de provisões e o saldo de operações vencidas há mais de 90 dias) foi de 202,7%, impactada pelo reperfilamento de dívida de cliente específico, em recuperação judicial desde 2019.
Desconsiderando este efeito, a cobertura do período seria de 213,3%
Receita com serviços
As receitas de prestação de serviços somaram R$ 8,1 bilhões no 1T23, redução de 3,6% na comparação com o trimestre anterior, impactadas pela sazonalidade do trimestre.
Com relação ao mesmo período do ano anterior (1T23/1T22), o crescimento de 8,1% foi influenciado principalmente pelo desempenho nas linhas de comissão de seguros, previdência e capitalização (+10,7%); rendas de cartões (+20,4%); e administração de fundos (+4,9%).
Despesas administrativas
No 1T23 as despesas administrativas totalizaram R$ 8,7 bilhões, queda de 2,5% em relação ao trimestre anterior, reflexo de uma diminuição de 6,6% em Outras Despesas Administrativas.
Na comparação com o mesmo período do ano anterior, as despesas administrativas cresceram 6,1%, impactadas pelo reajuste salarial de 8,0% concedido aos bancários em convenção coletiva de trabalho em setembro/22.
O índice de eficiência acumulado em 12 meses atingiu 29,0%, o melhor da série histórica.
Índice de Basiléia
O Índice de Basileia foi de 16,19% em março de 2023. O índice de capital nível I atingiu 14,60%, sendo 12,01% de capital principal (ICP).
O ICP se manteve estável no trimestre, explicado principalmente pela incorporação ao patrimônio líquido (PL) do lucro líquido contábil, descontado dos dividendos a pagar, referente ao 1T23 (+0,49 p.p.), parcialmente impactado pelo incremento do RWA (-0,38 p.p.), em virtude do crescimento da carteira de crédito.