B3 (B3SA3) se prepara para competição em bolsa

Executivo avalia, no entanto, que as potenciais iniciativas para criação de novas bolsas vão levar tempo para serem colocadas de pé

Painel mostra desempenho de ações na B3. Foto: Divulgação

O diretor-financeiro da B3 (B3SA3), André Milanez, disse nesta sexta-feira que a companhia tem acompanhado de perto as movimentações sobre o possível surgimento de uma bolsa concorrente, mas que se prepara há tempos para esse cenário.

Milanez foi questionado por analistas sobre concorrência durante teleconferência sobre os resultados do primeiro trimestre. O tema ganhou força neste ano após o Mubadala Capital anunciar em fevereiro a compra da Americas Trading Group (ATG), plataforma de negociação de ativos financeiros que tem planos antigos de se tornar uma concorrente da B3.

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Considerando a experiência de mercados de outros países, Milanez disse que a chance de sucesso um estreante na área aumenta bastante quando a bolsa que já atua permite “gaps de produtos não explorados”, que acabam criando um espaço interessante para os novos entrantes.

“Não é à toa que nos dedicamos para ter um roadmap de produtos bem robusto de forma a atender a demanda do mercado e se antecipar às demandas”, afirmou o executivo.

Para Milanez, as potenciais iniciativas para criação de novas bolsas vão levar tempo para serem colocadas de pé. “O processo de aprovação regulatória é demorado e vai dar bastante trabalho, assim como toda a parte de conexão com o mercado e com demais participantes.”

O diretor-financeiro da B3 disse ainda que a companhia já está acostumada a lidar com ambientes competitivos em todos os segmentos que atua.

“Mesmo no segmento de ações, temos a competição com outras bolsas tanto na negociação quanto na própria listagem.”

Milanez também foi questionado sobre as expectativas de melhora do chamado turnover velocity, que é a velocidade que a empresa transforma seus ativos no mercado em receita financeira.

Quando os juros começaram a subir, muita gente ficou preocupada se o nível do turnover velocity iria voltar ao que era antes e era difícil dizer como o nível ia se estabilizar, disse ele.

“A única certeza que a gente tinha é que dificilmente voltaríamos aos patamares pelo motivo do mercado já estar em um momento diferente”, afirmou.

Por fim, o executivo não espera mudanças radicais “para o bem ou para o mal”, pelo menos no curto prazo. “Talvez vamos ver uma mudança mais radical quando tivermos um cenário com uma tendência mais clara de queda nos juros”, disse.

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