Azul (AZUL4) explica estratégia de refinanciamento após rumor que fez ações despencarem 24%

AZUL4 citou má-interpretação da situação da companhia; confira o que especialistas entendem sobre o momento da companhia.

Azul (AZUL4) sobe 8% na bolsa após acordo. Foto: divulgação
Azul (AZUL4) sobe 8% na bolsa após acordo. Foto: divulgação

As ações da companhia aérea Azul (AZUL4) registraram forte queda com a notícia de que a empresa estudaria opções para reestruturar a sua dívida e que a venda de mais ações estaria na pauta. Além disso, a informação é de que existe a possibilidade de Chapter 11 para a operação nos Estados Unidos.

No fechamento desta quinta (29), as ações da Azul registram queda de 24,14%, negociadas a R$ 5,50.

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Assim, em comunicado emitido nesta tarde, a Azul falou sobre má-interpretação da situação da companhia. A empresa disse que está buscando soluções junto aos credores.

“A companhia está em negociações ativas com seus principais stakeholders para otimizar a estrutura de equity acordada no plano de otimização de capital do ano passado”, afirmou a Azul em comunicado divulgado nesta quinta-feira (29).

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Então, a Azul disse que tem “capacidade adicional de captação de recursos” e colocou a Azul Cargo como garantia primária para captação de até US$ 800 milhões. A empresa disse ainda que “outras fontes de liquidez também estão disponíveis”.

Agentes mostram preocupação com refinanciamento

Dessa forma, a Ativa diz que existe urgência por parte da Azul para buscar “melhores opções para o pagamento do seu passivo”. Contudo, segundo a corretora há preocupações com a maneira como será feita a amortização das dívidas.

“Preocupa as novas condições que a empresa pode encontrar neste momento para se refinanciar dado o estágio atual do câmbio, preços de QAV (querosene de aviação) e sua alavancagem, que atingiu 4,5x no 2T24”, diz a Ativa.

Então, para João Daronco, analista da Suno Research, o follow-on para pagamento de dívidas “poderia vir a destruir valor”.

Negociação pode diluir capital de minoritários, diz Ativa

A negociação da dívida da Azul no ano passado inclui acordo com lessores (arrendadores de aeronaves). Essa fatia de credores aceitou receber cupom fixo de 7,5% e ações à R$ 36 a serem emitidas entre o segundo semestre de 2024 e o mesmo período de 2027.

“Como este valor é muito superior ao valor atual da ação, é natural que a Azul esteja buscando formas de renegociar este liability (passivo), ao passo que também é natural que os lessores cobrem um pedágio para aceitarem renegociar novamente os valores que têm a receber da empresa”, diz a Ativa.

Nesse sentido, “a diluição total dos minoritários oriundo do acordo com lessores pode se mostrar, na prática, maior que o imaginado anteriormente”, diz a Ativa

“Acreditamos que, além da renegociação com os lessores, algumas das saídas possíveis para a companhia seria a realização de um follow-on e a aceleração das conversas com a Gol”, complementa a corretora.

Fundo de aviação pode ajudar, mas não será bala de prata

Ontem o Senado aprovou a destinação de R$ 5 bilhões para as aéreas através de fundo do BNDES, que podem ajudar a companhia a sanar parte das dívidas.

“Acreditamos que todas as aéreas, inclusive a Azul, devem acessar os recursos do fundo, que espera sanção presidencial para estar acessível, o que acreditamos que deve acontecer nas próximas semanas”, diz a Ativa.

“A captura de parte deste valor não deve limitar a busca de Azul pelas demais opções de refinanciamento de sua dívida”, pondera a corretora.

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