Analistas ficam céticos com Cielo (CIEL3) após 3° tri, mas mantêm recomendação de compra
Analistas citaram lucro trimestral em linha com expectativas e mantiveram recomendação de compra para ações, mas estão céticos com o futuro
As ações da Cielo (CIEL3) tiveram uma sessão volátil nesta quarta-feira, na esteira da divulgação do resultado do terceiro trimestre.
O papel da empresa de pagamentos subiu 1,7% na bolsa paulista.
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Na máxima, o ativo chegou a disparar 5,7%, depois perdeu força e chegou a cair, antes de se recuperar.
Após uma escalada no ano passado, a ação acumula perda de 30% neste ano até agora.
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A Cielo anunciou na noite de terça-feira (31) que teve lucro líquido de R$ 456,7 milhões, crescimento de 8,3% sobre a mesma etapa de 2022.
A empresa conseguiu compensar a queda nas receitas com pagamentos eletrônicos ao antecipar mais recursos a lojistas.
BTG Pactual
Em relatório, o BTG Pactual mencionou o desempenho da Cateno, uma parceria da Cielo com o Banco do Brasil (BBAS3), como um destaque positivo do período.
Além disso, o BTG frisou que as antecipações de recursos a lojistas seguiram fortes.
Porém, alertou que a a dinâmica no mercado de adquirência está se tornando mais hostil.
Outro ponto de alerta, segundo o BTG, foi o aumento nas despesas operacionais para recuperar volumes, clientes e participação de mercado.
Ainda assim, o BTG manteve a recomendação de compra para as ações da Cielo.
Santander
Na mesma linha, o Santander manteve recomendação ‘outperform’ (acima da média do setor) para a ação da Cielo, mas não sem ressalvas.
“Apesar dos resultados estarem em linha com a nossa expectativa, estamos mais céticos quanto aos resultados futuros da empresa dados os desafios do setor (consumo fraco, cenário competitivo e Pix)”, citou o Santander.
“Estamos otimistas em relação às receitas de pré-pagamento, mas não acreditamos que sejam suficientes para compensar os desafios”, acrescentou a equipe do Santander liderada por Henrique Navarro.
CEO otimista
Em teleconferência com jornalistas nesta manhã de quarta (1), o presidente-executivo da Cielo, Estanislau Bassols, disse não estar “plenamente satisfeito com os os resultados”, mas que está pronto para o aumento da competição no setor.
Bassols citou que a Cielo tem condições de enfrentar os efeitos de mudanças regulatórias, como a da antecipação de recebíveis por lojistas, divulgada na terça-feira, e as ligadas ao rotativo do cartão de crédito, além do Pix.
“Estamos preparados, gostamos de competição”, disse.