Ações da Vale (VALE3) têm forte queda com deflação de quase 3% e pacote estéril na China
VALE3 e outras do setor de mineração e siderurgia caem em bloco na bolsa após anúncios de estímulos e indicador de inflação na China; veja
As ações da Vale (VALE3) estão entre as piores quedas desta segunda-feira (11), mas a companhia não está sozinha. Os pares do setor de mineração e siderurgia também têm forte queda no pregão.
Nem o pacote de estímulo de US$ 1,4 trilhão anunciado pela China foi suficiente para animar o mercado. Ao contrário, ajudou a aumentar as dúvidas sobre o futuro da economia chinesa.
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Assim, os papéis da Vale (VALE3) chegaram a cair perto de 2%, o que é muito para a maior ação da bolsa. Dessa maneira, a mineradora ajuda a puxar o Ibovespa para baixo (-0,27%).
Contudo, a CSN (CSNA3 e CMIN3) é a que mais sofre no setor. Veja o desempenho do setor de mineração e siderurgia na bolsa. Os resultados foram obtidos por volta das 11h30.
Últimas em Ações
VALE3 e outras ações de minerações e siderurgia
- CSN (CSNA3): -2,21%
- CSN Mineração (CMIN3): -2,05%
- Vale (VALE3): -1,63%
- Usiminas (USIM5): -1,44%
- Metalúrgica Gerdau (GOAU4): -1,31%
- Gerdau (GGBR4): -1,17%
Estímulo estéril
“O governo soltou pacote de ajuda de mais de US$ 1 trilhão, mas foi basicamente para reciclar dívida de governos, estatais e províncias endividadas”. A explicação é de Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.
O pacote foi anunciado na sexta-feira (8) pelo comitê do Congresso Nacional do Povo da China.
“Assim, não é uma medida de estímulo como no passado, mesmo porque há uma ociosidade gigante na infraestrutura e no setor imobiliário”, acrescenta Gala.
Minério de ferro em queda empurra VALE3 para baixo
Os futuros do minério de ferro registraram forte desvalorização na bolsa chinesa de Dalian.
Os contratos para janeiro, os mais negociados, caíram 2,87%, para 762 yuan (US$ 106,14) a tonelada.
Deflação de quase 3% na China e atenção com os ‘3 Ds’
Além disso, Gala destaca que o PPI – indicador de preços ao produtor – da China veio “muito fraco”. A deflação ao produtor chega a quase 2,9% na China nos últimos 12 meses.
Ele menciona os sinais negativos dados pelos “3 Ds” da China: dívida, deflação e demografia.
Assim, enquanto o gigantismo da população da China – um dos seus maiores potenciais econômicos – diminui, há ao mesmo tempo a queda dos preços, que ainda se limita aos produtores, mas que pode chegar ao consumidor.
Mesmo a inflação ao consumidor (CPI) já demonstra um ponto de atenção: algo próximo de 1% ao ano, muito baixa para os patamares chineses.
Além disso, o crescimento da dívida do país também abre questionamentos sobre a capacidade de a segunda maior economia seguir bancando pacotes de estímulos por muito mais tempo.
Com informações do Valor Econômico