Ações da Suzano (SUZB3): como a aquisição de fatia da Lenzing afeta papéis da companhia
Aquisição de 15% de empresa austríaca aproxima Suzano (SUZB3) de novo mercado de celulose à procura de diversificar receita
As ações da Suzano (SUZB3) subiram no Ibovespa após a companhia de papel e celulose ter adquirido 15% da austríaca Lenzing nesta quarta-feira (12). A compra de uma fatia da empresa, que tem a B&C Group como controladora com mais de 30% do capital, representa a entrada da Suzano no mercado de produção têxtil, já que a Lenzing é especializada no uso de fibra e celulose na confecção de roupas.
O mercado financeiro, contudo, vê a nova fatia de aquisição da Suzano como neutra.
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O foco para destravar valor na ação continua sendo o possível acordo da brasileira para adquirir controle da Internacional Paper (IP). Ao mesmo tempo, analistas entendem que é um marco que procura novas fontes de receita – a Lenzing teve receita de 2,5 bilhões de euros, sem aumento de alavancagem.
A aquisição da Lenzing pela Suzano (SUZB3) é positiva?
A transação da Suzano para adquirir 15% da Lenzing custou à brasileira 230 milhões de euros, cerca de 39,70 euros por ação da austríaca listada na bolsa de Viena. Isso implica em um valor de mercado da Lenzing de 1,6 bilhões de euros.
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Segundo a XP Investimentos, o valor também implica em um prêmio de 23% sobre as ações da Lenzing até o fechamento de terça-feira (11). Os papéis da empresa estão em alta de 11% na bolsa de Viena.
De acordo com fato relevante divulgado pela Suzano (SUZB3), o acordo envolve duas cadeiras no conselho pela brasileira, com possibilidade de compra de mais 15% da participação da B&C Group. Assim, a Suzano se tornaria acionista majoritária da Lenzing, mas somente a partir de 12 meses após o fechamento da aquisição até 2028.
As duas fases do acordo estão pendentes de aprovação por parte das autoridades da Áustria.
No mercado local, investidores repercutem a compra como positiva para a Suzano (SUZB3).
Para o Banco Safra, o acordo “representa um movimento de aproximação da Suzano ao consumidor final”. Em relatório, o banco afirma ainda que a aquisição é um esforço adicional da Suzano para “substituir o uso de fibra”, apostando apenas em celulose como fonte de receita.
“Algum investimento talvez seja necessário para aumentar o consumo de celulose da Lenzing”, afirma o Safra.
O Itaú BBA diz ainda que o negócio em duas etapas “deve ajudar a Suzano a entender melhor a estrutura do mercado” têxtil antes de assumir o controle da Lenzing.
“Adicionalmente, acreditamos que a Suzano deve contribuir com expertise para um turnaround das operações industriais da Lenzing”, acrescentam os analistas do Itaú BBA.
Como a aquisição afeta as ações da Suzano?
O Itaú BBA avalia que o impacto da aquisição nas ações da Suzano (SUBZ3) é pequeno, mas que o negócio “abre possibilidades para o futuro”.
As ações da Suzano subiram 0,16% no Ibovespa nesta quarta-feira.
De acordo com o Safra, o preço pago pela Suzano implica em um múltiplo de 6,5 em valor da companhia sobre lucro operacional (EV/Ebitda). Em perspectiva, nos últimos cinco anos, o EV/Ebitda da Lenzing foi de 9,9, enquanto o da Suzano foi de 4,9.
Nesse sentido, o banco acredita que o impacto da aquisição sobre a alavancagem da Suzano (SUZB3) “seria limitado”.
“Acreditamos que o negócio deve aumentar o grau de alavancagem da Suzano em menos de 0,1 vez sobre o Ebitda, à medida em que a Suzano não deve realizar uma consolidação financeira da Lenzing.”
A Ativa Investimentos, contudo, destaca que o olhar do investidor da Suzano (SUBZ3) deve continuar sobre a possível aquisição da IP. É o principal gatilho para a ação no momento.
“Não é uma aquisição tão grande se comparada a possibilidade de compra da International Paper”, diz a corretora.
A Suzano confirmou que “analisa permanentemente oportunidades de mercado para potenciais operações”. Mas negou ter chegado a um acordo com a concorrente internacional.
A compra da Lenzing denota, assim, um “forte apetite para investir em crescimento” da parte da Suzano. É a avaliação da Ativa.
“O que pode continuar prejudicando a ação é a posição da empresa na mesa de negociação, uma vez que o movimento reforça que a empresa continua com um forte apetite para investir em seu crescimento enquanto os spotlights seguem voltados a negociação com a IP.”