Copel ainda tem espaço para crescer, mesmo depois de valorização recorde, dizem analistas

Velocidade no processo de privatização da Copel é bem-vindo, diz Itaú BBA

Foto: Divulgação
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Analistas do mercado financeiro apontaram nesta terça-feira que as ações da Copel (CPLE6) ainda têm fôlego para ganhar valor, mesmo depois do recorde de valorização da empresa na Bolsa, registrado no pregão da segunda-feira, o melhor desempenho da empresa de capital misto do Paraná na Bolsa desde 1997.

Na sessão de segunda, o mercado começou a especular sobre o processo de privatização ao qual a empresa deve ser submetida no segundo mandato do governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD).

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A velocidade com que o processo de privatização da (Copel) está sendo estruturado é bem-vindo, acontecendo menos de um mês após a empresa cogitar a ideia, diz o Itaú BBA.

Os analistas liderados por Marcelo Sá escrevem que a aprovação da operação na Assembleia Legislativa não deve encontrar resistências, mas notam que ainda depende de aval de órgãos técnicos.

O banco acredita que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve aproveitar o processo de privatização para também vender sua participação de 24% na Copel.

O Itaú BBA tem recomendação de compra para a Companhia Paranaense de Energia, com preço-alvo em R$ 7,40. Há pouco, as ações subiam 1,81%, cotadas em R$ 8,58.

XP: privatização traria melhorias limitadas

A possível privatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel) traria efeitos limitados para a companhia em termos de melhoria nos indicadores operacionais e redução nos custos operacionais, diz a XP.

Os analistas Herbert Suede e Maíra Maldonado escrevem que a companhia se beneficiaria pelas otimizações habituais de uma empresa que deixa de ser estatal, com nova estrutura de governança sem um acionista controlador.

Eles apontam que o processo não deve encontrar dificuldades para seguir adiante, uma vez que o governador Ratinho Júnior (PSD) tem articulação política para aprovar o assunto na Assembleia Legislativa do Paraná.

A gestora estima que antes da alta de 22% na terça-feira, os papéis estavam sendo negociados a 1,1 vez o valor sobre a base de ativos regulatórios. No múltiplo ideal de 1,5 vez, as ações podem chegar a R$ 10.

A XP tem recomendação de compra para Copel, com preço-alvo em R$ 6, valor 28,8% menor que o fechamento de ontem.

BTG: empresa pode ser ainda mais eficiente

O BTG Pactual avalia que a chance da privatização da Copel ser aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep) é alta. A avaliação vem após a Copel comunicar que o Estado do Paraná, acionista controlador, tem intenção de privatizar a empresa por meio de uma estrutura de corporação, a exemplo do que foi feito com a Eletrobras.

Em relatório, o banco diz que a Copel deixou de ser uma empresa com um desempenho bem inferior em distribuição para se tornar mais eficiente e superar em 12% o lucro antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (Ebitda) regulatório.

“Naturalmente, há um limite de quanto pode ser feito em uma estatal, razão pela qual ainda vemos muito potencial de valorização caso a empresa seja privatizada”, afirmam os analistas João Pimentel, Gisele Gushiken, Maria Resende e Luis Mollo.

Eles dizem que, se o segmento de distribuição estiver avaliado entre 1,8 vez a 2, vezes o valor da empresa pela base de ativos regulatória, a ação pode valer entre R$ 10,10 e R$ 10,90, o que significa 18,7% e 28% de valorização em relação à cotação atual.

“Nesse cenário, veríamos a Copel negociando com uma taxa de retorno real implícita de 12,6% a 13,7%, uma das mais altas em nossa cobertura”, comentam. Eles destacam que, nesses cenários, não estão assumindo grandes melhorias para o braço de geração e transmissão da Copel, o que poderia implicar uma valorização adicional para as conjunturas descritas.

O anúncio da Copel quanto à privatização ocorreu após estudos conduzidos pelo Conselho de Controle das Empresas Estaduais (CCEE) e envolverá uma oferta secundária de ações ordinárias e/ou units. O Estado pretende manter uma participação total igual ou superior a 15%, com pelo menos 10% das ações com direito a voto.

O processo ainda depende da aprovação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e da Alep, que requer maioria simples. A CCEE ficará encarregada de acompanhar o processo e o Estado poderá contratar consultores externos para auxiliar na privatização.

O BTG Pactual tem recomendação de compra e preço-alvo de R$ 7,7 para as ações da companhia, o que significa uma queda de 9,6% sobre o valor registrado nesta terça-feira

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