Ações brasileiras criam valor no longo prazo? Itaú BBA descobre quais e indica sete papéis

É possível recolher histórias vitoriosas dos papéis negociados na bolsa brasileira

Painel de cotações da B3 - Foto: Amanda Perobelli/Reuters
Painel de cotações da B3 - Foto: Amanda Perobelli/Reuters

O mercado brasileiro de ações atravessa um dos períodos mais longos de estagnação da história. Diante do mix de instabilidade política e econômica no País, há cerca de cinco anos o Ibovespa gravita em torno dos 120 mil pontos.

Pior: em dólares o índice deixou escorrer praticamente todo o valor nos últimos 15 anos, segundo dados da B3.

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Assim, não surpreende que a renda variável doméstica venha perdendo relevância, com investidores dentro e fora do País preferindo outras classes de investimentos.

Porém, levantamento do Itaú BBA mostra que, sim, é possível recolher histórias vencedoras com ações brasileiras no longo prazo.

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Para chegar a essa conclusão, Daniel Gewehr e a equipe de estrategistas em ações do banco traçaram um histórico de desempenho dos papéis negociados na B3. Então, eles cruzaram algumas das métricas mais usadas no mercado: preço/lucro (PL), preço/valor patrimonial (P/VPA), valor de mercado/Ebitda (EV/Ebitda) e rendimento de dividendos (DY, dividend yield).

Depois, a equipe aplicou esses indicadores por um período de 14 anos (2011-24), cruzando resultados passados e estimativa de desempenho.

O resultado foi a criação de um indicador proprietário do banco, o “IBBA Value Score”.

Sim, ações brasileiras podem criar valor no longo prazo

Com base nas conclusões desse trabalho, o Itaú mostrou que todos os nove indicadores que cruzou apontaram ações cujo desempenho superaram o Ibovespa por larga margem no período.

Isoladamente, o de melhor desempenho foi o EV/Ebitda, com retorno de 373,3% no intervalo, enquanto o Ibovespa subiu 71,9%.

Mas quando aplicara-se o IBBA Value Score, que mescla os resultados de outros indicadores de qualidade, a performance foi ainda maior: +439,4%.

Mais do que isso, os especialistas concluíram que, quanto maior o prazo, mais cresce a probabilidade de as ações de melhores desempenho superarem o Ibovespa e o CDI.

Nesse levantamento retrospectivo, os papéis presentes foram Banco do Brasil (BBAS3), Copasa (CSMG3), Banco ABC Brasil (ABCB4), Banrisul (BRSR6) e Petrobras (PETR4).

‘Não olhe para trás com raiva’

Outro achado do estudo: o desempenho no passado foi mais eficiente para achar as melhores ações do que as que têm expectativas mais otimistas para frente.

“Não olhe para trás com raiva”, afirmaram os autores do relatório, com base nas conclusões.

Outra descoberta: as melhores ações também enfrentaram períodos de desempenho inferior, como 2014-2015, quando ficaram abaixo do Ibovespa.

Porém, o fato não invalida o resultado, diz o BBA, porque a queda foi compensada no longo prazo.

Além disso, esse período de revés coincidiu com uma época de recessão no País.

Assim, esse fato leva a outra conclusão. A de que as ações que criam mais valor no tempo têm uma correlação íntima com o desempenho do PIB.

Quais as ações preferidas do Itaú BBA para o longo prazo

Com base nessas conclusões, a equipe do Itaú BBA identificou sete ações que mostram a melhor combinação entre histórico de resultados e perspectivas futuras.

São elas:

  • Banco do Brasil (BBAS3);
  • Petrobras (PETR4);
  • Vale (VALE3);
  • Vibra (VBBR3);
  • JBS (JBSS3);
  • Vivo (VIVT3);
  • Prio (PRIO3).

Banco do Brasil (BBAS3), o único banco na lista, teve altos índices em rentabilidade (ROE de 19,8%) e dividendos (10,4%).

Além disso, BBAS3 foi a empresa mais recorrente no portfólio e a sexta que mais contribuiu para os retornos desde 2011, comentaram os analistas.

Com a segunda maior pontuação no levantamento, Petrobras (PETR4) é uma empresa de valor com base em todas as métricas.

Nesse sentido, o índice de dividendos (DY) foi de 18,1%.

Enquanto isso, Vale (VALE3) também se destacou em dividendo (DY 10,7%) e na baixa relação de preço/lucro (4,8 vezes), o que posiciona a empresa como um papel de baixo risco.

Vibra (VBBR3) também tem um índice de dividendo elevado (10,2%) e baixa relação entre preço e lucro (2,1 vezes).

Com pontuações um pouco menores, esta é uma realidade parecida para JBS (JBSS3) e Telefônica Brasil (VIVT3).

A última das chamadas ações de valor é a Prio (PRIO3). Embora também seja um papel com baixos índices de risco, ele se diferencia por pagar poucos dividendos (DY de 0,2%).

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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