Ação do BB (BBAS3) cai após balanço do 2º trimestre; o melhor ficou para trás?

Analistas alertaram para o aumento do índice de inadimplência; executivos disseram que lucro de 2024 está garantido

Agência Banco do Brasil (BBAS3), em São Paulo. Foto: Paulo Whitaker/Reuters
Agência Banco do Brasil (BBAS3), em São Paulo. Foto: Paulo Whitaker/Reuters

As ações do Banco do Brasil (BBAS3) caíam nesta quinta-feira, mesmo após a instituição anunciar aumento do lucro no segundo trimestre.

Por volta das 11h30 (horário de Brasília), BBAS3 recuava 0,5%. No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,65%.

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O banco anunciou na noite de quarta-feira (7) que teve lucro recorrente de R$ 9,5 bilhões de abril a junho, um aumento de 8,2% sobre um ano antes.

Em relatórios, analistas saudaram aspectos do resultado, como crescimento da carteira de crédito (+13,2%) e da margem com clientes.

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Contudo, o crescimento do índice de inadimplência pelo quarto trimestre seguido, o aumento da estimativa de perdas com calotes em 2024 e a sinalização de que o BB pretende acelerar crédito em linhas de maior risco, como financiamento ao consumo, dividiu analistas.

O BTG Pactual apontou tendência de deterioração na qualidade dos lucros.

Ademais, aletou que a manutenção da dinâmica de deteioração da carteira pode levar a uma mudança na recomendação para a ação, que hoje é de compra.

Enquanto isso, o Itaú BBA avisou que ‘ficará de fora’ de BBAS3 por enquanto e que sua preferência no momento é por Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4).

Em outra frente, o Goldman Sachs classificou os resultados como “mistos”, mas considera que a ação do BB ainda tem preço atrativo.

Por outro lado, a XP frisou que o ROE (retorno sobre o patrimônio) do BB seguiu acima de 20% e que o banco ainda tem “bastante gasolina no tanque”.

“Pelo em ovo”

Em teleconferência com jornalistas, executivos do BB minimizaram as preocupações manifestadas por analistas e frisaram que a previsão de lucro para 2024 está mantida.

“Os analistas estão preferindo olhar o copo meio vazio”, afirmou o vice-presidente de finanças do BB, Marco Geovanne. “Estão buscando pelo em ovo”. Além disso, Geovanne reforçou o compromisso do BB com retorno aos acionistas.

“Os acionistas podem ficar tranquilos, os dividendos não serão impactados, mesmo com aumento das provisões para inadimplência.

Mudança de rota?

Nos últimos três anos, BBAS3 acumulou uma valorização superior a 60%, enquanto Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) perderam valor.

Isso porque, ao contrário dos rivais, que tiveram perdas significativas com calotes em linhas como financiamento ao consumo, o BB preferiu apostas em segmentos mais seguros, como do agronegócio.

Com isso, o banco conseguiu manter níveis de rentabilidade acima de 20% sobre o patrimônio, quase o dobro de Santander e Bradesco.

Resumidamente, Itaú Unibanco (ITUB4), Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4) tiveram estabilidade nos níveis de inadimplência no segundo trimestre.

Na contramão, o BB foi o único a ter piora no índice de atrasos acima de 90 dias, refletindo entre outros fatores maiores perdas justamente no agronegócio.

“Alguns produtores estão preferindo deliberadamente atrasar os pagamentos”, disse Geovanne, em teleconferência com analistas.

O indicador de atrasos do BB é ainda menor do que a média do sistema.

Porém, o aumento da provisão esperada para perdas com inadimplência, de até R$ 30 bilhões para até R$ 34 bilhões, aumentou o escrutínio de analistas.

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