Como evitar 5 erros comuns dos investidores em tempos de volatilidade nas bolsas

Estrategista do Morgan Stanley ensina como escapar de perdas motivadas por pânico, paralisia ou excesso de confiança

A ação que mais valorizou nos últimos 20 anos é a Energisa Mato Grosso do Sul. (Foto: Freepik)
A ação que mais valorizou nos últimos 20 anos é a Energisa Mato Grosso do Sul. (Foto: Freepik)

Nos últimos dias, os mercados financeiros vêm experimentando uma volatilidade elevada, refletindo mudança na política monetária do Japão e temores de recessão nos Estados Unidos.

Como resultado, o índice Nikkei, o mais importante da bolsa japonesa, chegou a cair 12% em um dia, pior desempenho desde 1987.

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Num efeito dominó, outros ativos de risco pelo mundo, incluindo ações, moedas de países emergentes e ações desabaram, recuperando-se parcialmente nos dias seguintes.

Em situações como essa, investidores tendem a cometer vários erros que podem prejudicá-los a longo prazo.

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Numa publicação desta semana, o estrategista de investimentos do Morgan Stanley Dan Hunt listou o que considera serem os principais. E como evitá-los. Confira.

1. Entrar em pânico

Pode ser de partir o coração ver seu portfólio de investimentos, que você vem construindo há anos, sofrer uma queda repentina.

A vontade de estancar o sangramento pode ser avassaladora — salvar o que puder e esperar a poeira baixar.

Ironicamente, porém, essa pode ser a pior coisa que o investidor pode fazer.

“Vender em um mercado em queda garante que você bloqueie suas perdas. Se você esperar anos para voltar, pode nunca se recuperar”, vaticina Hunt.

Para ilustrar seu ponto, o especialista rememora o histórico do mercado acionário americano.

Se um investidor hipotético abrisse uma posição em 1980 e ficasse até o março deste ano, ele teria um retorno anual de 12%.

Já alguém que começou na mesma época, mas vendeu após as crises e ficou fora do mercado até dois anos seguintes, teria uma média de retorno anual de 10%. Isso pode não parecer uma grande diferença.

Mas com uma posição original de US$ 5 mil por ano, o investidor que teve sangue frio teria US$ 5,3 milhões agora. O que se afobou teria US$ 3,1 milhões.

O que fazer

Lembrar que as quedas são temporárias. Então, a regra de ouro é sempre ter uma visão de longo prazo.

Se você não precisa de dinheiro imediatamente e tem um portfólio bem montado e diversificado, não saia vendendo.

“Às vezes, pode parecer que o investimento ficará zerado, mas o histórico mostra que as recuperações podem retornar ao azul em alguns anos”, ensina Hunt.

2. Ficar parado com o dinheiro

Esse erro agrava o dano da venda por pânico.

Isso porque a forte recuperação nos preços das ações que geralmente segue uma queda ressalta o quanto um resgate na hora errada pode custar quando o mercado inverte a direção.

Voltando ao exemplo hipotético, um investidor que vendeu após queda de 30% no mercado e seguiu em dinheiro teria menos de US$ 500 mil após mais de 44 anos, mesmo guardando US$ 5 mil por ano.

O que fazer

Investidores que têm mais dinheiro do que sua estratégia de longo prazo exige devem na verdade investir.

Mas sem correria. O melhor caminho, segundo Hunt, é comprar um pouco por mês.

Quando o mercado se recuperar, eles ficarão felizes por terem colocado parte do seu dinheiro de volta para trabalhar, diz ele.

3. Ser confiante demais e fazer escolhas ruins

O contrário das opções acima é superestimar a própria capacidade de julgar a que preço uma ação é um ótimo negócio.

Um exemplo disso é aumentar a aposta numa empresa penalizada pelo mercado porque tinha um preço muito mais alto que costumava ser negociada.

Essa prática é conhecida pelos veteranos do mercado como “tentar pegar uma faca caindo”.

Essa tática é comum entre aqueles que querem ter grandes lucro no curto prazo, o que é muito mais difícil do que parece.

“Investidores excessivamente confiantes tendem a pensar que sabem melhor do que investidores profissionais”, comenta Hunt.

O que fazer
Em tempos de incerteza do mercado, você não precisa descobrir o que fazer sozinho.

Encontre um assessor financeiro em quem você confie para analisar seu portfólio e ajudá-lo a entender o que fazer com base em seu horizonte de tempo e tolerância ao risco.

4. Dobrar a aposta em escolhas ruins

É comum investidores detestarem a ideia de se desfazerem de um investimento com prejuízo.

Isso pode fazer com que eles fiquem com o ativo por muito tempo, acreditando que ele subirá novamente em algum momento. Isso é conhecido nas finanças comportamentais como o “efeito de disposição”.

Muitas vezes os investidores farão melhor ao vender ações que estão mal no mercado e trocar por ações que estão subindo, porque estão melhor posicionadas para o ambiente atual.

O que fazer

Aproveite proativamente as oportunidades atuais, que muitas vezes podem ir contra o instinto de realizar o prejuízo.

Aqui, novamente a figura de um assessor de confiança pode ter papel fundamental para fazer uma rotação de carteira.

Além disso, em certos casos, é possível compensar perdas em renda variável no Imposto de Renda desde que os prejuízos tenham o mesmo tipo de operação e a mesma classe de ativos.

5. Esquecer da rotação de carteira

Durante uma grande queda do mercado, a participação de ações numa carteira diversificada tende a diminuir substancialmente.

Isso pode representar uma oportunidade perdida.

O que fazer

É importante não se esquecer de que a tendência natural dos mercados é de voltar à média.

Portanto, aqui vale a velha recomendação de comprar na baixa e vender na alta.

Isso requer disciplina, e não uma estratégia especulativa.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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