Ações da Rede D’Or (RDOR3) têm forte queda após resultados vistos como ruins por analistas
Analistas dizem que balanço ficou pressionado e abaixo do esperado, afetando projeções para as ações da Rede D’Or
As ações da Rede D’Or São Luiz (RDOR3) caem na bolsa de valores nesta terça-feira (28) após apresentação de resultados referentes ao 4T22. Por volta das 12h10, os papéis perdiam 3,94% do valor em relação ao fechamento da segunda. Em 12 meses, a queda é de 60,44%
A empresa de saúde registrou lucro líquido de R$ 282,5 milhões no quarto trimestre do ano passado. Assim, a queda é de 32,7% na comparação anual.
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Entre janeiro e dezembro, o lucro líquido da Rede D’Or recuou 24,8%, para R$ 1,26 bilhão.
A receita líquida avançou 12% no comparativo com o quarto trimestre de 2021, somando R$ 5,75 bilhões. No ano, a receita líquida acumulou R$ 23 bilhões, alta de 12,8%.
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Ebtida
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) entre outubro e dezembro ficou em R$ 1,2 bilhão, recuo de 3,6% em relação ao mesmo período de 2021. A margem Ebitda no período caiu 3,4 pontos, para 21,1%.
No acumulado do ano o Ebitda cresceu 8,3%, para R$ 5,3 bilhões e margem recuou 1 ponto, para 23,1%.
Projeções para as ações da Rede D’Or
O Santander tem recomendação de compra para Rede D’Or, com preço-alvo em R$ 40.
Já o Citi tem recomendação neutra, com preço-alvo em R$ 31, potencial de alta de 47,4% sobre o fechamento de segunda.
O Goldman Sachs tem recomendação de compra, com preço-alvo em R$ 41, potencial de alta de 95,1%.
O Credit Suisse também recomenda compra para Rede D’Or, com preço-alvo em R$ 38, potencial de alta de 80,7%.
Santander: aumento da sinistralidade afetou resultados
A qualidade dos resultados de quarto trimestre da Rede D’Or foi baixa, impactada por uma série de ajustes não recorrentes, diz o Santander. A companhia apresenta boas tendências neste início de ano, destaca o banco.
Os analistas Caio Moscardini e Guilherme Gripp escrevem que as receitas de R$ 5,7 bilhões foram em linha com as estimativas, impulsionadas por maiores volumes. A taxa de utilização ficou acima da média histórica.
Os resultados da SulAmérica foram fracos, com aumento da sinistralidade, não conseguindo se aproveitar de sazonalidade positiva do período. A Rede D’Or já começou a retirar sinergias da aquisição.
Citi: tendências operacionais abaixo do esperado
Os resultados da Rede D’Or foram fracos no quarto trimestre, com resultados operacionais abaixo do esperado, impactados por menores tíquetes e menor redução de custos fixos, diz o Citi.
Os analistas Leandro Bastos e Renan Prata escrevem que a companhia apresentou números com uma série de itens não recorrentes pela incorporação da SulAmérica que prejudica a interpretação dos dados.
O banco afirma que o lucro líquido ajustado de R$ 170 milhões foi 25% abaixo do esperado. A companhia também sofreu impactos de deterioração no ciclo de capital de giro.
Eles notam que a companhia antecipou dados positivos do início deste ano, com crescimento de 5% nos volumes de cirurgia e 6% no tíquete médio, ante dezembro, o que cria perspectiva positiva.
As sinergias da aquisição da SulAmerica também são outro ponto positivo do resultado da Rede D’Or, com R$ 330 milhões anualizados já capturados nos primeiros três meses de operações integradas.
Goldman Sachs destaca deterioração de margem
Já o Goldman Sachs avalia que os resultados foram marcados por uma queda relevante na lucratividade das suas operações hospitalares, deixando os números consolidados abaixo do esperado.
Os analistas Gustavo Miele e Emerson Vieira escrevem que o tíquete médio da companhia caiu 1,3%, o que acabou deteriorando margens. A sinistralidade elevada da SulAmérica também chamou atenção, indo em tendência contrária a de pares.
“Do lado positivo, a companhia diz que já conseguiu materializar sinergias operacionais e de custos na incorporação da SulAmerica que chegam a R$ 335 milhões anualizados”, comentam.
Credit Suisse vê tendência positiva para ações da Rede D’Or
A Rede D’Or teve resultados de quarto trimestre pressionados tanto nas operações hospitalares, impactada por sazonalidade negativa, quanto na SulAmerica, com aumento de sinistralidade, durante o quarto trimestre, diz o Credit Suisse.
Os analistas Mauricio Cepeda e Pedro Caravina escrevem que a companhia está sentindo efeitos naturais de uma empresa em rápida expansão, mas que ela está sendo bem-sucedida em controlar custos e despesas.
Em resumo, o banco nota que indicadores preliminares do primeiro trimestre mostram uma evolução nos tíquetes médios, o que pode reduzir a visão negativa dos investidores sobre as tendências da companhia.
Outros números
No quarto trimestre, a receita bruta da oncologia subiu 27% na comparação anual, para R$ 617,8 milhões, enquanto o segmento de hospitais teve alta de 11,7% na receita bruta, para R$ 5,84 bilhões.
No último trimestre, os valores não repassados por operadoras de saúde, as chamadas glosas médicas, somaram R$ 330,6 milhões, alta de 27,5% em relação aos R$ 259,3 milhões apresentados no quarto trimestre de 2021.
A Rede D’Or encerrou 2022 com 11.487 leitos totais, um incremento de 8,2% na comparação anual. Ao final do quarto trimestre, 9.469 leitos estavam em operação, um aumento de 523 leitos operacionais frente ao mesmo período do ano anterior.
A taxa de ocupação dos leitos hospitalares ficou em 76,9% entre outubro e dezembro, 0,4 ponto acima do resultado de um ano antes. Assim, no ano, a taxa média de ocupação foi de 79,3%, igual à média de 2021.