Ações da MRV (MRVE3) disparam e lideram Ibovespa; analistas projetam alta de até 165%

Ações da MRV são impulsionadas pelo número de vendas no primeiro trimestre, que teve alta de 4,3%

Sede da MRV (MRVE3) - Foto: Divulgação
Sede da MRV (MRVE3) - Foto: Divulgação

A MRV&Co (MRVE3) fechou o primeiro trimestre deste ano com queda de 43,6% nos lançamentos, na comparação com o mesmo período de 2022. As vendas líquidas somaram R$ 1,819 bilhão, aumento de 4,3% no período.

A holding MRV&Co é dividida entre as marcas MRV, Sensia, Resia, Luggo e Urba. As duas primeiras formam a frente de incorporação da companhia, com foco em projetos econômicos para o Minha Casa, Minha Vida e logo acima da faixa do programa.

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Com os números, as ações da empresa figuravam entre as maiores altas da bolsa. Por volta das 15h50 desta quinta-feira (13), os papéis valorizavam 6,28%, cotados a R$ 7,62. Nos últimos 12 meses, porém, a empresa enfrenta queda de quase 30%

Recomendações

O Bradesco BBI tem recomendação de compra para MRV, com preço-alvo em R$ 16, potencial de alta de 123,1% sobre o fechamento de quarta.

A XP tem recomendação de compra para MRV, com preço-alvo em R$ 19, potencial de alta de 165,7%.

O Citi tem recomendação de compra para MRV &Co, com preço-alvo em R$ 13, potencial de alta de 82,3%. O banco também faz projeção para a concorrente Tenda e colocou recomendação neutra, com preço-alvo em R$ 6, potencial de 18,5%.

Bradesco: MRV tem queima de caixa

A MRV manteve seus indicadores financeiros sob controle no primeiro trimestre, conseguindo acelerar velocidade de vendas, mesmo com uma queima de caixa significativa, diz o Bradesco BBI.

Os analistas Bruno Mendonça e Pedro Lobato escrevem que a companhia queimou R$ 1 bilhão em caixa entre janeiro e março, mas manteve sua alavancagem abaixo do limite das obrigações contratuais de dívida (“covenants”).

As vendas da companhia alcançaram R$ 1,8 bilhão, com velocidade de vendas em 22%, sem considerar os resultados das operações nos Estados Unidos. Já os lançamentos caíram 39% no ano, a R$ 637 milhões.

“Preços médios sequencialmente mais fortes reforçam nossas expectativas de recuperação das margens ao longo de 2023, o que vai aliviar a queima de caixa e deixar a empresa na estabilidade no segundo semestre”, comenta o banco.

XP: lançamentos e queima de caixa são pontos negativos

Os resultados operacionais da MRV foram mistos no primeiro trimestre, com bom desempenho de vendas nos três primeiros meses do ano, mas redução significativa nos lançamentos e continuidade na queima de caixa, diz a XP.

O analista Ygor Altero escreve que os lançamentos da construtora caíram 43,6% entre janeiro e março, dentro do foco da companhia em melhorar rentabilidade e velocidade de vendas, após um quarto trimestre mais robusto.

As vendas de R$ 1,82 bilhão mostraram recuperação gradual sobre dezembro, auxiliada pela maior concentração de lançamentos no final do quarto trimestre, transferindo a maior parte do reconhecimento de vendas para o período encerrado em março.

A corretora aponta que o consumo de caixa em R$ 789 milhões no primeiro trimestre ainda foi signficativo, mas com redução de quase 50% na comparação anual, mostrando o resultado das iniciativas de recuperação de rentabilidade da MRV.

Citi: alavancagem preocupa MRV e Tenda

A MRV e a Tenda apresentaram resultados operacionais de primeiro trimestre com efeitos negativos de sazonalidade, mas bom desempenho de vendas após uma política de lançamentos agressiva no fim do ano passado, diz o Citi.

Os analistas André Mazini, Hugo Grassi Soares e Renata Cabral escrevem que operacionalmente as companhias inseridas no segmento de baixa renda estão em um bom momento, mas a questão da alavancagem se mantém um fato de risco.

Tanto MRV quanto Tenda registraram crescimento nos preços praticados por unidade, mas ficando abaixo da Direcional, uma vez que as mudanças recentes no Minha Casa Minha Vida acabaram favorecendo mais a última empresa.

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