‘Vale o Escrito’: dinheiro e poder no jogo do bicho e no Carnaval do Rio de Janeiro
Série mostra como os bicheiros dividiram territórios, viraram patronos das escolas de samba e dominaram 'o maior espetáculo da Terra'
O desfile das escolas de samba no Rio de Janeiro coloca no centro das atenções compositores, passistas, rainhas de bateria e… bicheiros. A história de parte dessas últimas figuras (e do Carnaval) está contada em ‘Vale o Escrito’, série documental do Globoplay.
A produção agora estreia na TV Globo nesta terça-feira (29).
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Com entrevistas e registros históricos, a produção traz detalhes de uma prática proibida por lei que habita o imaginário do brasileiro: o jogo do bicho.
A série ainda mostra como os bicheiros dividiram territórios, viraram patronos das escolas de samba e dominaram o Carnaval carioca.
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Por que assistir?
Antes de mais nada, porque envolve dinheiro, conspiração e sobretudo poder.
Assim como séries e filmes que tratam da máfia italiana.
Em seguida, para entender mesmo a estrutura e funcionamento do bicho.
Lembre-se, o jogo de azar funciona na cidade mais conhecida do Brasil no mundo: o Rio de Janeiro.
A trama de ‘Vale o Escrito’, por fim, gira em torno principalmente das disputas entre duas famílias (Andrade e Garcia) e entre entes do mesmo clã (Garcia).
Um alerta
Do início ao fim, a série ‘Vale o Escrito’ é marcada pela violência.
A todo instante uma pessoa está sendo assassinada. Ou alvo de um atentado, tendo como motivo a guerra no jogo do bicho.
Os crimes ocorrem a qualquer hora do dia, mesmo nas áreas mais movimentadas do Rio, como no badalado bairro de Ipanema.
A relação com o Carnaval
O jogo do bicho, como ‘Vale o Escrito’ não deixa dúvidas, está diretamente ligado ao Carnaval.
Aliás, ‘o maior espetáculo da Terra’, como conhecemos hoje, é fruto da união da contravenção.
Vendo os desfiles como oportunidade de ampliar influência (e ganhar dinheiro), a cúpula criou uma liga para reunir as escolas de samba.
Quem é quem
Assim, temos entre os principais personagens da série os seguintes nomes:
- Castor e Rogério Andrade (Mocidade Independente de Padre Miguel);
- Miro, Maninho, Shanna e Tamara Garcia (Salgueiro);
- Capitão Guimarães e Bernardo Bello (Vila Isabel);
- Além de Anísio Abrão David (Beija-Flor).
Segunda temporada
Diante do sucesso de audiência, o Globoplay confirmou que a série terá uma continuação, prevista para 2025.
A nova temporada deve apresentar outras famílias envolvidas com a contravenção – e o Carnaval carioca.
Entre elas está a de Luizinho Drumond, patrono da Vila Isabel.
Assim como o clã Calil, do bicheiro Antônio Petrus Kalil (Turcão), que comanda a Viradouro, campeã de 2024.
Mais Carnaval e jogo do bicho
Ainda sobre o tema, o livro ‘Os Porões da Contravenção’ (Aloy Jupiara e Chico Otavio) esmiúça a relação entre os bicheiros e a ditadura militar no Brasil, especialmente as atuações de Castor, Anísio e Guimarães.
A obra destrincha também como o Carnaval foi usado por eles para conseguir prestígio.
Já a série ‘Doutor Castor’, do Globoplay, foca na vida do mecenas do Bangu e patrono da Mocidade.