Entenda polêmica envolvendo Nubank, Cristina Junqueira e o Brasil Paralelo

Banco digital foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais após publicação de cofundadora que cita produtora

Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank, fez publicação em que menciona a produtora Brasil Paralelo. Foto: Divulgação
Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank, fez publicação em que menciona a produtora Brasil Paralelo. Foto: Divulgação

O Nubank negou, em nota publicada nesta quarta-feira (19), que o banco digital ou a sua cofundadora, Cristina Junqueira, tenham relações com a produtora Brasil Paralelo. A produtora é conhecida por documentários, publicações e eventos com uma postura conservadora a respeito de temas como a ditadura militar, mudanças climáticas e o PL que restringe o direito ao aborto de vítimas de estupro.

O posicionamento do Nubank (ROXO34) vem após polêmica que fez o banco digital ser um dos assuntos mais comentados das redes sociais nos últimos dias. O banco, no entanto, não cita nominalmente o Brasil Paralelo, mencionado como “veículo de comunicação”.

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Usuários que se identificaram como clientes da empresa se disseram incomodados com uma publicação feita por Cristina Junqueira que menciona o Brasil Paralelo e afirmaram que encerrariam suas contas ou cartões de crédito.

“Reiteramos que Cristina Junqueira não tem qualquer parceria com os organizadores do evento, e que o Nubank não patrocina essa organização nem endossa seus conteúdos”, afirmou o Nubank, no comunicado publicado em seu site oficial.

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As ações do Nubank (NU) caíram 1,18% na NYSE, bolsa de Nova York nesta terça. O BDR do banco (ROXO34), listado na B3, caía 1,33% às 17h10. Ao mesmo tempo, o Ibovespa subia 0,53%.

O banco digital informa ainda que não comentará, por sigilo profissional, a atuação de um ex-funcionário que hoje trabalha no Brasil Paralelo. Por fim, o Nubank diz que é apartidário e promove os direitos humanos. Ao final desta reportagem, você pode ler na íntegra o posicionamento do banco digital.

“O Nubank tem uma postura apartidária e não se associa a movimentos políticos, religiosos ou ideológicos. Possuímos um Código de Conduta que promove os direitos humanos, estabelece um padrão ético rigoroso, e não tolera atividade ilícita, discriminatória e abusiva de nenhum tipo”, afirma a empresa.

Entenda a polêmica envolvendo Nubank e Brasil Paralelo

Na segunda-feira (17), Cristina Junqueira publicou um story em seu perfil no Instagram agradecendo um convite para uma palestra do psicólogo canadense Jordan B. Peterson, organizada pelo Brasil Paralelo em parceria com o grupo Fronteiras do Pensamento.

Na publicação, a cofundadora do Nubank marca as páginas oficiais do Fronteiras do Pensamento, de Peterson e do Brasil Paralelo. Jordan B. Peterson é um autor canadense conhecido por posições conservadoras e críticas aos movimentos feminista e LGBTQIA+.

A publicação de Cristina não opina a respeito dos conteúdos do Brasil Paralelo ou de Peterson. No entanto, a menção feita pela executiva foi citada por usuários que associaram o Nubank com as posições defendidas pelo Brasil Paralelo.

Entre as principais publicações, por exemplo, estão apontamentos de publicações da produtora favoráveis ao PL 1904, que trata da restrição do direito ao aborto legal após 22 semanas. O projeto proíbe a interrupção da gravidez após o prazo mesmo em caso de mulheres que engravidem vítimas de estupro.

A polêmica ampliou a repercussão de uma reportagem do site The Intercept Brasil. Assim, a publicação afirma que o Nubank manteve contratado um ex-funcionário que o site afirma ter feito publicações discriminatórias nas redes sociais. O engenheiro hoje seria diretor de tecnologia do Brasil Paralelo. Em posicionamento, o Nubank diz que não trata de históricos profissionais em razão “da proteção de direitos de funcionários e ex-funcionários”.

O que é o Brasil Paralelo?

O Brasil Paralelo se define como “uma empresa privada de jornalismo, entretenimento e educação”. A empresa foi fundada em Porto Alegre, em 2016, por Filipe Valerim, Henrique Viana e Lucas Ferrugem.

A produtora afirma ser uma “empresa de mídia independente” que não recebe dinheiro de partidos e movimentos políticos. Também afirma que não recebe e se compromete a não receber recursos públicos. O Brasil Paralelo diz ainda que a sua receita é oriunda do público que assina para assistir os conteúdos produzidos.

A empresa ganhou mais projeção nacional a partir de 2019, quando lançou o documentário “1964 – O Brasil entre armas e livros”, que tratava do golpe militar ocorrido no país sessenta anos atrás.

A produção provocou polêmica ao apresentar a deposição de João Goulart como reação a uma suposta simpatia do então presidente por movimentos comunistas no Brasil. À época, a rede Cinemark classificou a exibição do filme em salas alugadas como um “erro”, por se tratar do que a empresa chamou de “mídia partidária”.

Além disso, o Brasil Paralelo também é frequentemente associado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A empresa também foi citada nas investigações da CPI da Covid no Senado, acusada de disseminar notícias falsas. A produtora nega ambas as afirmações.

“A missão da empresa consiste em resgatar os bons valores, ideias e sentimentos no coração de todos os brasileiros, sem qualquer tipo de viés político”, diz a produtora.

Posicionamento do Nubank na íntegra

Nos últimos dias, o Nubank tem sido alvo de comentários especulativos nas redes sociais motivados por uma postagem de rede social da nossa co-fundadora, Cristina Junqueira. Por isso, gostaríamos de esclarecer o que aconteceu:

Nossa co-fundadora recebeu –e agradeceu– um convite para o lançamento de um livro de um autor canadense, organizado em parceria com um veículo de comunicação. Reiteramos que Cristina Junqueira não tem qualquer parceria com os organizadores do evento, e que o Nubank não patrocina essa organização nem endossa seus conteúdos.

Além disso, existem menções ao perfil de um ex-funcionário do Nubank que hoje trabalha no veículo de comunicação citado nas redes. Por respeito à proteção de direitos de funcionários e ex-funcionários, não divulgamos informações pessoais ou histórico profissional.

O Nubank tem uma postura apartidária e não se associa a movimentos políticos, religiosos ou ideológicos. Possuímos um Código de Conduta que promove os direitos humanos, estabelece um padrão ético rigoroso, e não tolera atividade ilícita, discriminatória e abusiva de nenhum tipo.

O Nubank nasceu para combater a complexidade do sistema financeiro e simplificar a jornada financeira das pessoas. Essa é a nossa missão e estamos sempre evoluindo para garantir que nosso foco e esforço sempre mirem no impacto positivo na vida de todos os nossos clientes.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.

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