Quais são os juros cobrados no financiamento imobiliário? Vale a pena financiar agora ou é melhor esperar?

Para especialista, momento de incerteza e perspectiva de alta na curva futura de juros complicam cenário para quem quer comprar imóvel

Taxa de juros do financiamento imobiliário é impactada pelas perspectivas para a taxa Selic. Foto: Freepik
Taxa de juros do financiamento imobiliário é impactada pelas perspectivas para a taxa Selic. Foto: Freepik

Comprar um imóvel é o principal objetivo dos investidores brasileiros, de acordo com a pesquisa Raio-X do Investidor, feita pela Anbima. Portanto, saber qual é a taxa de juros do financiamento imobiliário em 2024 e se agora é um bom momento com a perspectiva de alta na Selic é importante para esse segmento.

Primeiramente, é importante saber que a taxa de juros do financiamento imobiliário pode variar segundo muitos critérios. Por exemplo, o relacionamento do cliente com a instituição financeira, o perfil de crédito e o valor da entrada que será dada, entre outros.

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De acordo com o ZAP Imóveis, a taxa praticada no país, em abril de 2024, variava de 9,79% até 12,49% ao ano.

Da mesma maneira, a fim de se ter uma referência, o Banco Central organiza mensalmente uma média com a taxa que foi cobrada pelas principais instituições financeiras.

Por exemplo, no modelo pós-fixado referenciado em TR, com taxas reguladas, esse intervalo foi de 7,62% ao ano até 11,25% ao ano. Já o intervalo com taxas de mercado é de 9,33% a 11,66% ao ano. Os dados são de setembro de 2024. Você pode conferir a relação completa no site do Banco Central.

Alta da Selic pode encarecer o financiamento imobiliário?

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, explica que há uma relação entre as taxas do financiamento imobiliário e a taxa básica de juros da economia, a Selic. Especialmente no que diz respeito à curva futura de juros, que reflete as expectativas do mercado.

“Você costuma ter uma correlação, Selic subir e o financiamento ficar mais caro, mas o mais importante é a curva de juros”, explica o especialista.

“Devemos olhar para a curva futura de juros, porque o financiamento imobiliário não é curto, ele é de longo prazo. No início do ano, a Selic estava em queda mas o financiamento encareceu para o segundo trimestre porque o mercado observava o futuro do Brasil mais incerto”, completa.

Portanto, se confirmada a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) eleve os juros, os bancos tendem a praticar taxas mais altas. No entanto, a perspectiva de longo prazo terá um peso grande, o rumo que o mercado precifica para as taxas no país nos próximos anos.

Há um outro cenário no horizonte. A Caixa Econômica Federal criou restrições novas para o financiamento imobiliário com recursos da poupança, como revelou reportagem da Inteligência Financeira. O banco público, que responde por cerca de 70% dos financiamentos no país, também passou a financiar uma taxa menor dos imóveis.

Esse é um bom momento para financiar imóvel?

Como a Selic está em alta e a perspectiva do especialista é que isso se mantenha, a resposta curta de Gustavo Cruz é que não é o ideal. “Se a pessoa não está com urgência na compra do imóvel, a ideia é que ela não compre agora. Estamos em um dos piores momentos, que é a incerteza generalizada e a precificação alta dos juros”, diz.

Contudo, é importante ponderar que se trata de uma decisão individual, que deve levar em conta outros aspectos, além dos juros. Por exemplo, as necessidades do comprador por moradia ou uma boa oportunidade de negócio.

Outro ponto importante a ser considerado é a possibilidade de portabilidade do financiamento imobiliário. Em períodos de queda da taxa de juros, essa é uma alternativa que muitos compradores buscam para renegociar. Seja com a própria instituição com a qual se fechou negócio, seja com bancos concorrentes.

Alugar ou financiar imóvel? O que vale mais a pena?

A Inteligência Financeira é divulgadora da calculadora Alugar ou financiar imóvel, em parceria com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

A planilha informa os prós e contras das duas modalidades, que incluem motivações com diferentes importâncias na vida das pessoas. Por exemplo, o quanto se valoriza a possibilidade de ter mobilidade, que é um forte do aluguel e um fraco do financiamento, com a burocracia e os custos da compra e venda de imóveis.

Por outro lado, a segurança e a possibilidade de se reformar e customizar o apartamento ao seu gosto é uma vantagem que outras pessoas priorizam. Agora, se a sua pergunta é o que vale mais para o seu bolso, aí a planilha divulgada pela Inteligência Financeira vai te ajudar bastante.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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