O problema não é o quanto você ganha, mas o quanto você gasta

Afinal, falar sobre finanças vai muito além dos números

- Ilustração: Renata Miwa
- Ilustração: Renata Miwa

Ao fazer as contas no final do mês, seu saldo está sempre no limite e pouco sobra para investir ou guardar. Você decide traçar um plano: quando receber um salário maior, se compromete a mudar isso. Esse dia chega, mas você decide melhorar seu padrão de vida e a situação continua a mesma. Se identificou ou conhece alguém que já passou por isso? Pois bem: o problema nem sempre é o quanto você ganha, mas o quanto você gasta.

“Falar sobre finanças não é só falar sobre números, mas também sobre comportamento. Uma pessoa que ganha pouco, mas se propõe a guardar uma parte e gasta menos acaba sendo mais rica do que aquela que ganha muito e gasta todo seu dinheiro. Não importa se você ganha R$ 5 mil, R$ 10 mil ou R$ 50 mil: seus hábitos de consumo vão ditar sua saúde financeira”, explica Viviane Ferreira, planejadora financeira CFP pela Planejar. 

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Identifique os sinais

Viver sempre no limite de gastos, não ter uma reserva de emergência e não acompanhar as finanças são sinais de que as coisas não vão bem. “Infelizmente esse é um comportamento comum. Muitas pessoas conseguem receber uma renda maior ao longo da vida, mas aumentam os gastos na mesma proporção, vivendo um padrão de vida incompatível”, ressalta Viviane. 

Um estudo feito pela fintech Leve revelou dados sobre esse comportamento. O levantamento aponta que 55% dos trabalhadores brasileiros gastam “tudo ou mais do que recebem”. De acordo com a pesquisa, feita com 700 colaboradores de 16 empresas de todo o país, 35% dos entrevistados conseguiriam manter o padrão de vida por apenas três semanas se parassem de trabalhar. Quase 42% responderam “até cinco meses” e 23% por seis meses ou mais.

Identificar o sinal amarelo, portanto, é o primeiro passo para mudar essa situação. Na visão de Viviane, significa ter uma nova mentalidade e entender que é preciso se planejar. “O quanto você ganha de dinheiro hoje precisa ser usado para manter seu presente, mas garantir seu futuro. Comece colocando todos os gastos no papel e fazendo ajustes, mesmo que pequenos, para poupar e investir um valor por mês”, ressalta Viviane. 

Pode ser um ajuste nos pedidos de delivery, no limite do cartão de crédito ou programar aquele final de semana mais caseiro. Com isso, você pode mapear suas finanças e começar a sua reserva. “O importante é fazer desse planejamento um hábito. Não significa cortar ou deixar de fazer o que gosta, mas se adaptar e entender quais são as prioridades. O importante é começar”, explica a planejadora.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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