Endividamento atinge quase 80% das famílias, aponta CNC

O grande motivo desse número tão expressivo foi a contratação de dívidas entre mais consumidores de rendas média e baixa

Ilustração: Marcelo Andreguetti/IF
Ilustração: Marcelo Andreguetti/IF

De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em setembro, o número de famílias endividadas atingiu 79,3% do total de lares no país. 

Diante disso, a alta de devedores foi de 0,3 ponto percentual em setembro ante agosto, enquanto, em um ano, o avanço foi de 5,3 pontos.

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E a situação é ainda pior para as famílias de baixa renda. Isso porque, nos lares com renda inferior a 10 salários mínimos, o endividamento superou os 80% pela primeira vez.

Porém, apesar desse número recorde, o ritmo diminuiu. Ou seja, o crescimento de 0,3 ponto percentual é o menor desde abril deste ano. E o avanço em 12 meses foi o menor desde julho do ano passado.

“É possível verificar que a melhora gradual do mercado de trabalho, as políticas de transferência de renda e a queda da inflação nos últimos dois meses são fatores que geram maior disponibilidade de renda para as famílias. Por outro lado, podemos observar que o alto nível de endividamento e os juros elevados afetam, sobremaneira, o orçamento das famílias de menor renda, ao encarecerem as dívidas já contraídas”, observa José Roberto Tadros, presidente da CNC.

Então, para chegar a esse indicador, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da CNC, considera dívidas a vencer nos seguintes modelos:

  • cheque pré-datado;
  • cartão de crédito;
  • cheque especial;
  • carnê de loja;
  • crédito consignado;
  • empréstimo pessoal;
  • prestação de carro e de casa.

Alta na inadimplência

Inclusive, o número de pessoas que atrasaram o pagamento de contas de consumo ou de dívidas também cresceu em setembro, alcançando 30% do total de famílias no país.

Dessa forma, a terceira alta consecutiva levou o indicador ao maior percentual da série histórica iniciada em 2010.

Ao contrário do endividamento, o ritmo de aumento da inadimplência foi alto. Em 12 meses, o indicador de dívidas atrasadas cresceu 4,5%, a maior taxa anual desde março de 2016.

De acordo com Izis Ferreira, economista da CNC responsável pela apuração, esse aumento se deu por conta das altas taxas de juros, que encarecem as dívidas já contraídas.

Ainda segundo a entidade, as taxas de juros nas linhas de crédito para pessoas físicas cresceram 13,5 pontos percentuais em um ano, chegando à média de 53,9%, a maior taxa desde abril de 2018.

A seguir, confira mais destaques da pesquisa da CNC:

  • 10,7% do total de devedores afirma não ter condições de pagar contas atrasadas.
  • O cartão de crédito é o campeão de dívidas: 86,5% das famílias têm contas a vencer no cartão.
  • Mulheres estão mais endividadas que os homens: o percentual para elas é 80,9%; para eles, 78,2%.
  • As mulheres têm mais dívidas no cartão de crédito e no cheque especial. Já os homens estão mais endividados em carnês de loja, crédito pessoal, financiamento de carro e casa ou crédito consignado.
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