De adultos para crianças: como falar sobre finanças com os filhos? 

Há um valor certo para a mesada? Entenda como tornar o processo mais fácil

Falar sobre finanças com as crianças faz com que elas lidem com o dinheiro de forma natural no futuro - (Ilustração: Marcelo Andreguetti/IF)
Falar sobre finanças com as crianças faz com que elas lidem com o dinheiro de forma natural no futuro - (Ilustração: Marcelo Andreguetti/IF)

Está cada vez mais comprovado que educação financeira é muito importante e deve começar desde cedo. Por outro lado, não podemos deixar de lado que falar sobre dinheiro com os filhos pode ser uma tarefa desafiadora. Afinal, não existe fórmula certa, o importante é começar cedo.

“Uma das poucas certezas que temos na vida é de que todos nós, sem exceções, precisaremos lidar com dinheiro durante toda a vida adulta. Ao incentivar as crianças no mundo das finanças, estamos facilitando para que, quando chegar o momento, lidar com o dinheiro seja algo natural e, principalmente, efetivo para elas”, explica a consultora financeira Ana Calixto. 

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Uma pesquisa feita pela Serasa e a Opinion Box com mais de 1.200 pais e mães mostrou que 85% deles reconhecem a importância e se empenham em falar sobre finanças com os filhos. Por outro lado, na prática o cenário é desafiador. Cerca de 67% dos entrevistados disseram ter ficado com o nome sujo em algum momento da vida e 66% atrasaram o pagamento de contas básicas.  

Consciência desde cedo 

Muitos desses pais e mães não tiveram contato com educação financeira na infância. “Me lembro que quando eu era criança quase não se falava em educação financeira. Para mim, o cartão de crédito era só um pedaço de plástico e meus pais não compravam mais um brinquedo porque não queriam”, conta Ana.

A consultora ressalta que essa visão distorcida faz com que muitos jovens se endividem depois que entram no mercado de trabalho. “Ao incentivar a educação financeira infantil, estamos ensinando que cartão de crédito não é só um plástico. Assim, as crianças criam consciência de que o dinheiro é limitado e de que precisam estabelecer prioridades”, analisa.  

Há um valor certo para mesada? 

Na visão da consultora, o valor em si da mesada varia de acordo com a realidade da família. “Não existe uma quantia exata, mas sim a maneira correta de oferecer esse dinheiro”, ressalta Ana. Aqui, entram dois pontos de atenção: 

Para crianças de até 10 anos: o ideal é adotar a semanada. “A visão de tempo da criança é diferente da nossa visão de adulto e aguardar um mês inteiro fará com que ela perca o interesse. É somente a partir dos 11 anos que é indicado adotar a mesada”, explica Ana. 

Para crianças acima de 10 anos: a mesada funciona. Segundo a consultora financeira, quanto mais velha for a criança, maior vai se tornando o valor da mesada. “Assim ela vai criando mais percepção da realidade e desenvolvendo responsabilidade com suas decisões financeiras. Mais importante do que a teoria é a prática”, conclui.  

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