Cinco lições sobre dinheiro, segundo um dos autores mais badalados do mundo das finanças

Para Morgan Housel, você deve investir como um otimista e guardar como um pessimista

O autor best-seller Morgan Hausel, autor de "A Psicologia Financeira". - Foto: Divulgação/IF
O autor best-seller Morgan Hausel, autor de "A Psicologia Financeira". - Foto: Divulgação/IF

Embora as palavras “pessimismo” e “otimismo” sejam contrárias, é possível que elas existam simultaneamente na vida dos investidores. Quem garante é o escritor Morgan Housel, autor do best seller “Psicologia Financeira”. Na obra, o autor mostra casos de sucessos e fracassos que demonstram a importância do fator psicológico nas finanças. Para Housel, a chave do sucesso deve ser investir como um otimista, escolhendo ativos que devem dar um bom retorno no longo prazo, mas, simultaneamente, guardar dinheiro como alguém pessimista, pensando em potenciais riscos. Em evento promovido pelo Credit Suisse, Housel trouxe cinco lições sobre dinheiro. Vamos a elas:

1. Seja otimista e pessimista

“Como ser otimista e pessimista ao mesmo tempo? Entendendo que as duas coisas não são conflituosas. É assim que eu invisto meu dinheiro. Eu tenho bastante dinheiro guardado, que pode me salvar em situações emergenciais. E, ao mesmo tempo, maior parte do meu patrimônio está em ações que pretendo ter por 50 anos”, afirmou Housel.

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2. Investir bem tem a ver com o seu comportamento

Housel também trouxe outras lições importantes sobre como as pessoas lidam com sua vida financeira. Para ele, investir não é estudar finanças, mas é estudar como as pessoas se comportam com o dinheiro e como lidam com momentos de incertezas e inseguranças.

Housel trouxe como exemplo a história de dois investidores com estilos de vida opostos e desfechos igualmente diferentes. No primeiro caso, o especialista falou sobre uma secretária chamada Grace, que não teve muito estudo e viveu uma vida difícil. No entanto, Grace morreu e deixou US$ 7 milhões para a caridade após investir durante toda sua vida pequenas quantias na Bolsa. Do outro lado, Housel apresentou um executivo chamado Richard, que frequentou bons colégios, estudou em Harvard e fez carreira em Wall Street, mas passou por maus bocados durante a crise financeira de 2008.

“O ponto dessa história não é ‘seja mais como a Grace e menos como Richard’. O que é interessante nessa história é que não existe outra indústria no mundo em que uma história como essa poderia acontecer. Em que uma pessoa com menos ‘background’, menos conhecimento e educação poderia se sair melhor do que uma que teve a melhor educação”, afirma Housel. “Investir bem não é sobre o que você sabe ou o quanto você é inteligente, é sobre como você vai se comportar, é como é sua relação com confiança e medo”, afirma.

3. Seja paciente

Para Housel, outro ponto importante para se ter sucesso na vida financeira é ter paciência. O autor usou como exemplo o caso dos irmãos Wilbur e Orville Wright, que demoraram cinco anos para construir um avião e mais cinco anos para ter reconhecimento pelo feito.

No mundo das finanças, Housel citou a história do megainvestidor Warren Buffett, que acumulou 99% de sua fortuna depois de seus 60 anos. “Se ele morresse aos 60, jamais saberíamos dele. Isso significa que ele foi um excelente investidor durante 80 anos. Então vemos como tempo, resiliência e paciência são importantes”, afirma.

4. Limites e expectativas

O autor também falou sobre como lidar com limites e expectativas. Housel usou o exemplo do cientista Stephen Hawking, que cresceu como uma criança saudável e descobriu ser portador de Esclerose Lateral Amiotrófica aos 21 anos. A partir daí, os médicos acreditavam que ele só viveria mais três anos. O físico, no entanto, morreu aos 76. “As pessoas o questionavam se ele estava sempre feliz e ele dizia ‘sim, minha expectativa de vida era zero quando eu tinha 21 anos, tudo que veio depois é bônus'”, conta o autor.

Embora destaque a importância de ter ambição e metas, Housel também afirma que é importante saber o quanto é suficiente, não só em relação aos objetivos, mas também aos riscos que se está disposto a correr.

“Eu quero saber o quanto é suficiente de riscos, e isso é diferente para cada um. É preciso descobrir o que é suficiente para você. O quanto de risco, o quanto de avanço na carreira… Eu quero ser ambicioso, ter metas, mas também quero saber o que é suficiente para ser feliz com o que tenho”, afirma.

5. Riscos reais

Por fim, ao falar sobre os riscos, Housel deixou claro que os “riscos reais” são aqueles que não foram previstos, como foi o caso da pandemia de coronavírus e o atentado de 11 de setembro. “Sempre falamos dos ricos de guerras fiscais, dos resultados do próximo trimestre, das eleições. Mas tudo isso sabemos que vai acontecer”, afirma. “Risco é o que você deixou pra trás quando achou que tinha pensado em tudo”, conclui.

Com reportagem do Valor Investe

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