A conta de luz subiu? Saiba quanto os eletrodomésticos gastam por mês

Potência e tempo de uso mostram quais equipamentos são os mais gastões

- Ilustração: Marcelo Andreguetti
- Ilustração: Marcelo Andreguetti

Ter controle sobre os gastos dos eletrodomésticos em casa é fundamental para equilibrar as despesas e não levar um susto quando a conta chegar. Ainda mais quando a conta historicamente fica num patamar mais caro por causa do aumento dos custos de produção e transporte de energia. Mesmo quando não são usados, os utensílios consomem uma quantidade considerável de energia e, consequentemente, pesam no seu bolso. Preparamos um guia para te auxiliar a calcular o consumo de energia e somar a ele as chamadas bandeiras tarifárias. Assim, você vai conseguir ter na ponta do lápis o custo dos seus eletros mais usados e, com isso, controlar melhor sua planilha de gastos.

Como calcular

A energia usada pelos eletrodomésticos é medida em kWh (Quilowatt-hora) e é descobrindo quantas dessas unidades cada utensílio consome que podemos encontrar o valor gasto de uma maneira muito simples. Pegue sua calculadora e vamos lá!

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A potência dos aparelhos elétricos é informada nas etiquetas, adesivos ou manuais. Suponhamos que você use o seu notebook de 90 Watts por cerca de 8 horas (sempre consideramos o valor em hora) por dia, todos os dias úteis do mês – no nosso exemplo, 20 dias. O consumo médio mensal em kWh vai ser = Potência do equipamento (Watts) x horas utilizadas x dias de uso no mês, tudo isso dividido por 1.000. Portanto:

  • 90 Watts x 8 horas de uso x 20 dias dividido por 1.000 = 14,4 kWh de energia no fim do mês para usar o notebook

Depois do trabalho e nos fins de semana, você toma um banho de 15 minutos (ou 0,25 hora) usando um chuveiro elétrico de 5.500 Watts. Portanto:

  • 5.500 Watts x 0,25 hora de uso x 30 dias do mês dividido por 1.000 = 41,25 kWh de energia gastos no fim do mês com o chuveiro.

O que levar em consideração?

Vale lembrar que um equipamento potente ligado por pouco tempo poderá consumir o mesmo que um equipamento de baixa potência ligado o dia todo, como explica o pesquisador Oswaldo Sanchez, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). “Então é preciso levar em consideração a potência e o tempo de uso no mês para se ter uma ideia dos equipamentos mais gastões”, afirma Sanchez.

O custo de 1 kWh é informado na sua conta de luz, já considerando o valor da energia e do transporte até a sua casa. Em algumas regiões de São Paulo, por exemplo, 1 kWh para a classe residencial custa, em média, R$ 0,60. Nesse caso, você teria desembolsado com o seu notebook 14,4 kWh vezes R$ 0,60, ou R$ 8,64, e 41,25 kWh vezes R$ 0,60 com o seu chuveiro, ou R$ 24,75.

Em outros municípios de São Paulo, como Campinas, a distribuidora CPFL Paulista cobra cerca de R$ 0,92 por kWh para a tarifa residencial. Em Goiânia, o valor fica em torno dos R$ 0,64. Por isso, atente-se ao que é cobrado na sua região conferindo esse dado na conta de luz.

Bandeiras tarifárias e impostos

A geração de energia elétrica é prejudicada quando o nível dos reservatórios de água está mais baixo do que o ideal, fazendo com que usinas termelétricas, que são mais caras de operar, sejam acionadas para compensar o déficit. Então, dependendo da situação do mês, alguma bandeira é acionada e um valor extra é cobrado na sua conta de luz para cada kWh consumido. Veja no quadro abaixo como funcionam as cinco bandeiras:

No mês de abril de 2022, você deve pagar R$ 14,20 a mais para cada 100 kWh consumidos, o que reforça a importância do controle dos gastos e da economia de energia em casa. Hora de checar se você esqueceu a luz da cozinha ligada!

Além das bandeiras, impostos como ICMS, PIS/Pasep, Cofins e a Contribuição para Iluminação Pública estão embutidos no valor final da sua conta. Você pode solicitar a diminuição na cobrança de energia elétrica através do programa Tarifa Social, em que a bandeira permanece verde, sem acréscimos na tarifa final.

Colaborou Anne Dias

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