Petróleo e ouro sobem com temores de conflito em Israel e busca de investidor por porto seguro

O mercado tem prosseguido com cautela após o início do conflito sangrento entre militantes do Hamas e combatentes israelenses

Foguetes são lançados por militantes palestinos da Faixa de Gaza em direção a Israel. Foto: HATEM MOUSSA/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Foguetes são lançados por militantes palestinos da Faixa de Gaza em direção a Israel. Foto: HATEM MOUSSA/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

O petróleo fechou em alta de 4% nesta segunda-feira (9) após o conflito deflagrado após ataques do grupo palestino Hamas contra alvos em Israel levantar preocupações com eventuais interrupções de oferta na região.

O barril do petróleo WTI para novembro fechou com ganho de 4,33% (US$ 3,59), a US$ 86,38 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). A variação corresponde ao maior aumento nominal em seis meses, de acordo com a Dow Jones Newswire.

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O barril do Brent para dezembro subiu de 4,22% (US$ 3,57), a US$ 88,15 o barril, na Intercontinental Commodity Exchange (ICE).

O ataque do grupo islâmico palestino Hamas a Israel no fim de semana e a consequente retaliação na Faixa de Gaza foram o principal driver do dia no mercado da commodity.

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O barril é negociado mais caro enquanto investidores ponderam riscos de turbulências produtivas na região que é formada por alguns dos maiores produtores do mundo, a exemplo da Arábia Saudita, segundo o analista de Inteligência de Mercado para Petróleo da StoneX Bruno Cordeiro.

“Também houve acusações de que o governo iraniano estaria diretamente ligado aos ataques a Israel”, contextualiza Cordeiro. Teerã já negou envolvimento com a investida do Hamas, mas a possibilidade de um contra-ataque israelense ao Irã preocupa, uma vez que o país abriga o Estreito de Ormuz.

O estreito fica localizado entre o Golfo de Omã e o Golfo Pérsico e é responsável por levar cerca de 20% de todo o petróleo consumido no mundo, de acordo com o especialista.

Assim, um eventual atrito com o Irã poderia gerar problemas logísticos para a oferta global de petróleo, à medida que têm potencial para afetar os fluxos comerciais no estreito, disse ele.

A Capital Economics disse que os riscos para o mercado de petróleo serão tão maiores quanto mais tempo durar o conflito em Israel e mais disseminado ele se mostrar. A consultoria ressalta, entretanto, que a alta de preço de hoje não é suficiente para reverter totalmente as fortes quedas registradas na semana passada.

Nos noticiários, o setor acompanhou também o aumento pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) da sua projeção para a demanda global da commodity em 2045. O cartel espera que o mundo consuma 116 milhões de barris por dia no ano citado, o que representa um avanço de 16 milhões de barris em comparação com a previsão de 2022.

Ouro tem dia de valorização

O ouro fechou a sessão desta segunda em alta de mais de 1%, com investidores debandando para ativos de segurança diante de uma aversão ao risco global. O mercado tem prosseguido com cautela após o início do conflito sangrento entre militantes do Hamas e combatentes israelenses.

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro fechou em alta de 1,17%, a US$ 1.864,3 por onça-troy.

Para Edward Moya, da Oanda, o fato do mercado de Treasuries estar fechado nos EUA nesta segunda-feira também contribuiu para enviar os “fluxos de refúgio para o dólar, o iene, o ouro e os títulos públicos alemães (bunds)”.

Ele pondera que investidores temem que o conflito se espalhe por todo o Oriente Médio.

Recentemente, o ouro sofreu com pressão constante e escalada dos juros dos títulos públicos americanos, mas segundo o analista do Julius Baer, Norbert Ruecker, o ouro recebeu forte impulso após o início do conflito, e a questão agora é mensurar por quanto tempo os ativos de segurança vão se manter atrativos diante de uma escalada da guerra.

“Pelo menos do ponto de vista das commodities, a geopolítica tende a ser um elemento de ruído, em vez de uma força fundamental duradoura e impactante”, afirma.

Com informações da Dow Jones Newswires/Estadão Conteúdo

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