Gisele Bündchen nem pensa em se casar com o pai do filho que ela espera. O que isso tem a ver com a fortuna da modelo?

História da modelo com Joaquim Valente é um exemplo de como a autonomia financeira feminina pode alterar decisões amorosas e outros acordos

A fortuna de Gisele Bündchen está hoje avaliada em aproximadamente US$ 400 milhões. (Foto: Reprodução/Intagram)

A recente notícia de que Gisele Bündchen optou por não se casar com o professor de jiu-jitsu Joaquim Valente, com quem espera um filho, trouxe à tona uma questão cada vez mais comum: como a independência e autonomia financeira das mulheres muitas vezes pode transformar a dinâmica dos relacionamentos. 

De acordo com o tabloide americano Page Six, amigos próximos da top model, que se separou de Tom Brady em 2022, afirmaram que sua decisão está ligada à grande diferença financeira entre os dois. “Há uma enorme diferença entre eles em termos de patrimônio líquido. Para Gisele, não há sentido em se arriscar tanto”, revelou uma fonte próxima.  

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Qual é a fortuna de Gisele Bündchen?

A fortuna de Gisele Bündchen está hoje avaliada em aproximadamente US$ 400 milhões (cerca de R$ 2,3 bilhões), segundo o Celebrity Net Worth. Assim, Gisele representa uma geração de mulheres que conquistaram uma autonomia econômica robusta.

Ao longo das últimas décadas, muitas mulheres ao redor do mundo passaram a ocupar posições de destaque no mercado de trabalho e conquistaram maior autonomia financeira. Com o passar do tempo, como explica Paula Bazzo, planejadora financeira CFP pela Planejar, o casamento se tornou uma escolha mais consciente baseada em valores compartilhados, e não apenas uma convenção social cheia padrões e regras.

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Diferença entre patrimônio e renda 

Paula Bazzo observa que um dos primeiros pontos a serem considerados em situações como a da fortuna de Gisele Bündchen é a diferença entre patrimônio e renda. “Uma coisa é ter muitos bens, outra é ter uma diferença de renda significativa”, explica. A disparidade de patrimônio pode ser protegida por meio de pactos antenupciais. Já a diferença grande de renda pode gerar desconforto e frustração se o casal não tiver uma visão alinhada de união.  

Para casais com objetivos claros e uma visão de vida compartilhada, essa diferença é menos problemática. Porém, para aqueles que preferem manter sua individualidade financeira, é necessário estruturar a relação de forma clara. 

“A renda pode significar um estilo de vida muito diferente e gerar frustração se não estiverem muito bem alinhados quanto ao que é essa união do casal”, ressalta Paula. Para ela, o casamento é um compromisso que deve ser baseado em motivações e afinidades reais. O dinheiro, apesar de importante, é apenas um dos pilares dessa relação — o que vale para qualquer um dos lados.

A dinâmica dos relacionamentos mudou 

É fato que mais mulheres estão conquistando altos salários e acumulando patrimônio. Aliado a isso, a dinâmica dos relacionamentos também mudou.

O caso de Gisele Bündchen e Joaquim Valente ilustra bem esse cenário. Além disso, Paula afirma que tem atendido cada vez mais casais em que a mulher é a principal provedora, e nem sempre essa realidade é bem recebida pelos parceiros homens.

“Eu tenho percebido um desafio dos homens em saber lidar com uma esposa que ganha muito mais que eles”, comenta. O importante, segundo ela, é que o casal estabeleça uma comunicação aberta sobre seus objetivos financeiros e os diferentes papéis que cada um desempenha. 

Planejamento financeiro como uma conversa necessária 

Para Paula, uma das principais conquistas das mulheres no mercado de trabalho e na construção de um patrimônio é terem mais segurança nos relacionamentos por não dependerem financeiramente dos parceiros. Isso permite que entrem em um namoro ou casamento com critérios mais claros e uma visão mais completa de parceria, confiança e estímulo ao desenvolvimento pessoal.

“A mulher já se sente autônoma nos processos de decisão e pondera valores que agregam à relação. O patrimônio acaba sendo uma consequência dessa visão mais grandiosa da união.” Quando o assunto é casamento, de acordo com Paula, um planejamento financeiro bem estruturado ajuda a preservar a individualidade de cada um.

Ela reforça que os casais devem conversar antes de se casar sobre objetivos financeiros, expectativas e até questões práticas, como a possibilidade de separação de bens. “Não tem que ter pudor de fazer acordos pré-nupciais. Fazer uma separação total de bens não significa não amar a pessoa”, observa. 

Além disso, ela ressalta a importância de cada parceiro ter sua independência financeira. “Mesmo que uma das partes decida, em comum acordo, não trabalhar para se dedicar a outros aspectos da família, é importante que tenha um dinheiro para seu próprio uso”. Segundo ela, a autonomia individual é essencial para manter uma relação saudável. 

Construção de patrimônio: uma jornada conjunta 

Apesar dos desafios, Paula Bazzo acredita que o casamento pode ser uma oportunidade valiosa para a construção de um patrimônio sólido, desde que o casal esteja alinhado e com objetivos comuns.

“Neste caso, as rendas são somadas e as despesas divididas. Se existe um alinhamento real entre o casal, isso pode ser uma forma muito bonita de construir uma vida boa e um patrimônio próspero”, finaliza.

Eis uma reflexão interessante trazida pelo caso Gisele Bündchen.

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