Parcelamento da fatura do cartão de crédito: será que vale a pena?

Medida tem como intuito substituir o uso do crédito rotativo, que cobra altas taxas de juros

As taxas cobradas para parcelar o saldo total do cartão de crédito podem variar entre os bancos; confira mais dúvidas - (Foto: Freepik)
As taxas cobradas para parcelar o saldo total do cartão de crédito podem variar entre os bancos; confira mais dúvidas - (Foto: Freepik)

Recentemente, os bancos passaram a ofertar uma nova forma de ajustar as finanças envolvendo a fatura do cartão. Isso porque, a partir de agora, é possível parcelar o saldo total do cartão de crédito.

A ideia é que o consumidor consiga juntar todas as compras, sejam elas atuais ou futuras, para assim fazer um novo parcelamento. Mas será que vale a pena?

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A Inteligência Financeira foi atrás dessa resposta, mas também de outras dúvidas que envolvem o sistema de parcelar o salto total do cartão de crédito. E quem ajudou nessa empreitada foi Gianluca Di Matina, especialista em investimentos da Hike Capital. Veja só:

O que é e como vai funcionar a nova opção de parcelamento do cartão de crédito?

“Essa modalidade permite parcelar o saldo total do cartão de crédito, ou seja, da fatura. O que inclui valores a vencer ou já vencidos, em parcelas fixas e iguais. O objetivo é substituir o crédito rotativo e o parcelamento de faturas em aberto, que geralmente possuem taxas de juros elevadas”, explica Gianluca Di Matina.

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Quem poderá oferecer a opção de parcelar o saldo total do cartão de crédito?

A oferta depende de cada emissor de cartão de crédito. “Portanto, é necessário verificar com o banco emissor do seu cartão”, afirma o especialista.

Então, todas as instituições serão obrigadas a oferecer o parcelamento total do cartão?

“Não. A oferta dessa modalidade não é obrigatória. Portanto, cada instituição financeira decidirá se disponibilizará ou não essa opção aos seus clientes”, esclarece Di Matina.

Como serão definidos os encargos e taxas?

As taxas de juros e demais encargos serão estabelecidos por cada instituição financeira, respeitando as normas do Banco Central e do Conselho Monetário Nacional (CMN). Por isso, é fundamental que o consumidor seja informado sobre todas as condições antes de aderir à opção de parcelar o saldo total do cartão de crédito.

Qual será o juro cobrado no parcelamento total do cartão de crédito?

De acordo com Di Matina, as taxas de juros podem variar significativamente entre as instituições. “Historicamente, os juros do parcelamento de fatura situam-se entre 5% e 12% ao mês, dependendo do banco e do perfil do cliente”, comenta.

É possível contratar mais de um parcelamento total do cartão?

Isso varia conforme a política de cada instituição financeira. “Algumas podem permitir múltiplos parcelamentos, enquanto outras podem restringir a apenas um por vez. Por isso, é importante consultar o emissor do cartão para obter informações específicas”, diz o profissional.

Dá para antecipar as parcelas?

Sim, geralmente é possível quitar antecipadamente as parcelas restantes. Aliás, em muitos casos, há a possibilidade de obter descontos nos juros futuros ao antecipar o pagamento. No entanto, as condições específicas dependem de cada instituição financeira.

Em quais situações esse parcelamento total é interessante?

Para Di Matina, são três momentos em que parcelar o saldo total da fatura do cartão de crédito pode ser interessante:

  • Quando o valor da fatura é muito alto: ou seja, se o pagamento integral comprometer o orçamento mensal;
  • Para evitar o crédito rotativo: que possui taxas de juros mais elevadas.
  • Para organizar as finanças: permitindo pagamentos previsíveis e facilitando o controle financeiro.

Quais as vantagens de parcelar o saldo total do cartão de crédito?

Para o especialista em investimentos alguns benefícios são:

  • Previsibilidade: afinal de contas, parcelas fixas facilitam o planejamento financeiro;
  • Taxas de juros potencialmente menores: “espera-se que as taxas sejam mais baixas que as do crédito rotativo. O que torna a dívida menos onerosa”, argumenta Di Matina;
  • Redução da inadimplência: isso porque, oferece uma alternativa mais acessível para quitar dívidas. O que diminui o risco de não pagamento.

E quais são as desvantagens de parcelar o saldo total do cartão de crédito?

Entre os pontos negativos estão:

  • Possíveis taxas de juros ainda elevadas: “embora menores que as do rotativo, as taxas podem ser significativas”, pontua o profissional;
  • Comprometimento do limite de crédito: o valor parcelado pode reduzir o limite disponível no cartão até a quitação total;
  • Possibilidade de endividamento prolongado: o que acontece é que o parcelamento estende o período de pagamento. O que pode, então, ser desvantajoso se não houver controle financeiro.

Mas afinal de contas, vale a pena parcelar o saldo total do cartão de crédito?

Para Gianluca Di Matina, isso vai depender da situação financeira de cada indivíduo. “Para quem enfrenta dificuldades em pagar a fatura integralmente e deseja evitar os altos juros do crédito rotativo, o parcelamento pode ser uma alternativa vantajosa. No entanto, é crucial avaliar as taxas envolvidas e garantir que as parcelas se encaixem no orçamento, evitando o risco de endividamento prolongado”, afirma.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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