As quatro coisas que nunca vão mudar na economia, segundo guru da psicologia financeira

Inteligência Financeira assistiu à palestra de Morgan Housel, autor de 'A psicologia financeira', e te conta quais as lições do escritor para os tempos de hoje

Morgan Housel, autor de "A psicologia financeira", defende que há coisas que nunca vão mudar na economia. Foto: Divulgação

Morgan Housel se tornou um autor de referência quando o assunto é a fronteira entre a economia e a psicologia. Responsável pelo best seller “A psicologia financeira” (2021), o autor agora divulga seu segundo livro, “O mesmo de sempre: Um guia para o que não muda nunca”, lançado no final de 2023.

A tese de Housel é que há certas coisas na economia que nunca vão mudar. Padrões de comportamento, por exemplo, que tem sérios impactos na forma como as pessoas agem com relação ao dinheiro. A saída, diz o escritor, é saber como viver com o “mesmo de sempre”, sabendo que certas situações sempre vão se repetir.

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Morgan Housel palestrou nesta semana no Congresso Internacional da Planejar. O evento ocorreu em São Paulo na terça-feira (15), mas o escritor participou por videoconferência. Na apresentação, Housel trouxe passagens do seu último livro para defender seu ponto aos leitores.

A Inteligência Financeira assistiu à palestra de Morgan Housel e reúne 4 afirmações sobre a economia que fazem parte desse “mesmo de sempre”, na visão do escritor.

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Morgan Housel deu uma entrevista exclusiva à Inteligência Financeira em 2022. Na conversa, o autor argumentou que controlar a ganância e o medo é um dos fatores mais importantes nos investimentos e que qualquer investidor que não fizer isto vai se dar mal.

As pessoas não tomam decisões apenas por dados, diz autor de ‘A psicologia financeira’

Para começar, então, Morgan Housel contraria a ideia de que toma-se decisões apenas com base em aspectos técnicos, de forma racional. O escritor afirma que as pessoas se encantam por “histórias” e que, a depender de quão atrativamente uma alternativa é apresentada, essa orientação por dados se perde.

“A economia está sempre fazendo coisas que não fazem sentido. Porque as pessoas não tomam decisões com base em dados e fatos. Elas tomam decisões com base em histórias”, argumentou Housel ao público.

Uma próxima crise sempre virá

Para Morgan Housel, é impreterível ter em mente que crises sempre vão acontecer. Pode demorar mais ou demorar menos, mas turbulências vão aparecer no caminho. Essa é a segunda afirmação.

A solução, avalia o escritor de “A psicologia financeira”, é ter em mente que os períodos de calma servem para que você se prepare para o que vem. “A falta de recessão planta a sua proteção para a próxima recessão. A calma te prepara para o caos”, afirmou.

A tendência natural é você menosprezar os riscos à sua frente

Já o terceiro ponto do escritor é que, conforme ele mesmo afirma, “as pessoas massivamente diminuem as consequências dos riscos que elas estão tomando”. Para Morgan Housel, a tendência natural é que se feche um pouco os olhos para o que pode acontecer se tudo der errado.

O autor sugere um checklist que contempla três pontos:

  • “The odds you will get hit” (“quais as chances de você ser atingido”);
  • “The average consequences of getting hit” (“as consequências médias se você for atingido”);
  • “The tail-end consequences of getting hit” (“as consequências sérias e improváveis se você for atingido”).

As frases entre parênteses são traduções livres para o português. A última se refere a um conceito importante que o autor trabalha, os “tail events” que são aquelas coisas que se julgam no fim da lista do que pode acontecer. Contudo que, se acontecem, mudam tudo. Por exemplo, uma pandemia, como a Covid-19.

A probabilidade pode ser mínima, mas se ainda existir 0,01% de chance de acontecer algo que derrube todo seu planejamento, você precisa estar preparado.

A pressa é a inimiga da riqueza

Por fim, o quarto pensamento de Morgan Housel é uma realidade da economia: se você quiser colocar o carro na frente dos bois, como se diz no ditado popular brasileiro, você sempre vai perder. “O jeito mais rápido de ficar rico é ir devagar”, argumenta o escritor.

O autor de “A psicologia financeira” defende a sua tese com exemplos da natureza e do mercado. “Uma árvore que cresce rápido apodrece rápido e nunca tem a chance de ficar velha”, afirmou, primeiro recorrendo à botânica.

Depois ele trouxe um exemplo do mercado, a história que traz em seu livro sobre Rick Guerin, ex-sócio de Warren Buffett. Morgan Housel conta em seu livro e na palestra como Guerin perdeu boa parte do que tinha no início dos anos 1970, numa operação arriscada em que pegou dinheiro emprestado para investir em negócios que prometiam muito, mas não deram certo.

Para provar seu ponto, Housel selecionou uma frase de Buffett sobre o ex-sócio.

“Charlie [Munger] e eu sempre soubemos que seríamos incrivelmente ricos. Nós não estávamos com pressa de ficarmos ricos, nós sabíamos que ia acontecer. Rick era tão inteligente quanto nós, mas ele estava com pressa”, diz o megainvestidor, segundo passagem de “O mesmo de sempre”.

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